João Paulo II: Milagre reconhecido para a beatificação foi estudado durante mais de cinco anos

Cura de religiosa francesa, afetada pela doença de Parkinson, aconteceu em junho de 2005

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA no Vaticano

Cidade do Vaticano, 01 mai 2011 (Ecclesia) – A cura da freira francesa Marie Simon-Pierre, que o Vaticano considerou um milagre, abrindo caminho definitivo à beatificação de João Paulo II, foi estudada entre 2005 e janeiro deste ano por médicos e teólogos.

O caso refere-se ao repentino desaparecimento da doença de Parkinson na religiosa, o mesmo problema que afetou o Papa polaco nos últimos anos da sua vida.

Segundo a Santa Sé, a cura foi “cumprida por Deus, de modo cientificamente inexplicável, na sequência da intercessão do sumo pontífice João Paulo II, confiantemente invocado, seja pela própria curada, seja por muitos outros fiéis”.

Em 2001, Marie Simon-Pierre, na época com 40 anos, trabalhava em um hospital de Aix-en-Provence, no sul da França, quando foi diagnosticada com Parkinson.

Pouco depois da morte de João Paulo II, a irmã disse ter pedido a intervenção de Karol Wojtyla, durante a noite de 2 para 3 de junho de 2005, tendo acordado sem qualquer tipo de limitação ou dor.

De acordo com o padre Slawomir Oder, postulador (uma espécie de advogado de defesa) da causa de canonização de João Paulo II, entre os documentos que comprovam o milagre estão exemplos da caligrafia da religiosa antes e depois da cura, com uma mudança “impressionante” na letra.

A Congregação para as Causas dos Santos (CCS), organismo da Santa Sé, explica que entre junho de 2005 e abril de 2007, tiveram lugar inquéritos diocesanos sobre” a vida, as virtudes e a fama de santidade e milagres”, incluindo o caso da religiosa francesa.

Em junho de 2009, chamada «Positio super virtutibus» (posição sobre as virtudes do fiel) foi examinada por “nove consultores teólogos” da CCS, que deram o seu parecer positivo.

A 19 de dezembro desse ano, Bento XVI autorizou a promulgação do decreto sobre a “heroicidade das virtudes” de João Paulo II, então declarado “venerável”, seguindo-se o estudo da cura da doença de Parkinson de Marie Simon-Pierre Normand, religiosa do Instituto das Irmãzinhas das Maternidades Católicas (Institut des Petites Soeurs des Maternités Catholiques).

“Como habitualmente, os numerosos atos de inquérito canónico, regularmente instruídos, unidos às detalhadas perícias médico-legais, foram submetidas ao exame científico da consulta médica do Dicastério das Causas dos Santos a 21 de outubro de 2010”, revela a nota oficial da Santa Sé.

Os consultores teólogos, depois de terem visto as conclusões médicas, a 14 de dezembro de 2010, procederam à “avaliação teológica do caso”, reconhecendo unanimemente que a intercessão de João Paulo II tinha sido “eficaz para o fim da cura prodigiosa”.

Finalmente, a 11 de janeiro de 2011, teve lugar a sessão ordinária de cardeais e bispos da CCS, os quais emitiram uma “sentença afirmativa unânime” a respeito da cura da irmã Marie Pierre Simon.

Para a beatificação, exige-se o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do fiel em causa, sendo necessário que a cura tenha acontecido de forma espontânea, completa, duradoura e inexplicável à luz da ciência atual.

Bento XVI aprovou a 14 de janeiro a publicação do decreto que comprova o milagre atribuído à intercessão de João Paulo II (1920-2005), concluindo assim o processo para a sua beatificação, que vai decorrer hoje, no Vaticano.

OC

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