Fátima: Bispo espera que novo reitor do santuário seja nomeado até junho

D. António Marto admitiu sentir «secretamente» que o padre Virgílio Antunes «revestia as características» para receber ordenação episcopal

Fátima, Santarém, 28 abr 2011 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima espera que o novo reitor do santuário da Cova da Iria seja escolhido até junho, depois de o atual, padre Virgílio Antunes, ter sido hoje nomeado prelado da diocese de Coimbra pelo Papa.

Em declarações à comunicação social prestadas esta manhã no Santuário de Fátima, D. António Marto explicou que vai consultar estruturas diocesanas e nacionais com o objetivo de apresentar aos bispos de Portugal “um ou vários nomes de candidatos”, acrescentando que a sua diocese dispõe de sacerdotes “bem preparados” para o cargo.

Frisando que não se quer “comprometer com datas” e que a escolha do substituto “leva o seu tempo”, António Marto afirmou que Virgílio Antunes vai continuar no cargo “possivelmente até aos fins de maio ou princípios de junho”, mês para o qual está agendada uma assembleia do episcopado.

O atual reitor sublinhou que as celebrações do centenário das aparições marianas ocorridas entre maio e outubro de 1917 na Cova da Iria, com um planeamento já delineado entre 2011 e 2017, “não vão minimamente ser afetadas” pela nomeação de um novo responsável.

O bispo de Leiria-Fátima admitiu sentir “secretamente” que Virgílio Antunes “revestia as características” para ser bispo mas “não pensava que fosse tão cedo”: “Esta nomeação foi, de certo modo, uma surpresa”, disse o prelado, adiantando que a notícia foi comunicada pela Santa Sé na última semana.

“Não me admira que tenha recaído sobre ele a escolha, por causa dos dotes humanos, intelectuais e sacerdotais, bem como pela rica experiência pastoral e pelos dotes de governo que manifestou na condução do santuário”, disse António Marto, que admitiu estar à espera que o reitor permanecesse no cargo até 2017.

Virgílio Antunes também se mostrou surpreendido com o “convite inesperado”, que o deixou “completamente desprevenido”: “Estava convencido que me iam deixar fazer dez anos no Santuário de Fátima”, referiu o sacerdote, que desde 2008 dirige o mais importante espaço de peregrinação católica de Portugal.

No encontro que contou com a presença de padres da diocese e do santuário, António Marto tratou o futuro bispo como “senhor D. Virgílio, caro irmão no episcopado”, e afirmou, emocionado, que o ministério episcopal é uma “responsabilidade que só se assume com muita fé e muito amor”.

Embora seja “um peso grande”, ser bispo “é belo e traz felicidade”, realçou o prelado, que qualificou de “grande festa” a ordenação episcopal de Virgílio Antunes, marcada para 3 de julho na nova igreja da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima.

Perante a proximidade da entrada na diocese de Coimbra como bispo, a 10 de julho, Virgílio Antunes manifestou “alguma apreensão e receio por não saber o que vai encontrar”, mas também “confiança e esperança”.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o padre José Rafael Espírito Santo, que foi apontado como novo bispo de Coimbra por alguma comunicação social, assinalou que a nomeação de Virgílio Antunes “é um motivo de grande alegria e de ação de graças a Deus”.

“É conhecido o excelente desempenho como Reitor do Santuário de Fátima. Nesse serviço pastoral pôde experimentar ainda mais uma visão universal da Igreja. Isso é certamente uma mais valia para a diocese da qual irá ser o Pastor”, referiu o sacerdote pertencente ao Opus Dei, prelatura pessoal da Igreja Católica.

RM

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