Milhares de pessoas entram na Igreja Católica depois de um percurso de preparação que culmina na Vigília Pascal
Lisboa, 23 abr 2011 (Ecclesia) – O número de adultos a pedir o Batismo aumenta no nosso país, numa época de forte secularização, com as opções dos pais que relegam esta decisão para a própria vontade dos filhos, e com a chegada de imigrantes de países não cristãos.
Em Portugal, a maioria esmagadora dos Batismos continua a decorrer antes do primeiro ano de vida (perto de 75 mil), mas nos últimos tempos são já mais de sete mil [números de 2008, últimos dados disponíveis] os que, anualmente, se tornam católicos depois dos 7 anos, idade que a tradição da Igreja associa aos que “atingiram a idade da razão”.
Hoje em dia o número de Batismos depois dos 7 anos representa, em todo o mundo, cerca de 15% do total.
Desde os primeiros tempos da Igreja Católica que o tornar-se cristão se processa através de um percurso estruturado, em fases diversas, que culminava com o Batismo na Vigília Pascal.
A importância deste gesto é tal que se considera que a liturgia batismal da Vigília só atinge a sua plenitude quando se celebra o Batismo de adultos, ou pelo menos de crianças.
O processo destinado a atingir a fé e os conhecimentos requeridos pelo Batismo e restantes sacramentos da iniciação cristã – Confirmação (ou Crisma) e Eucaristia – demora pelo menos três anos.
A iniciação cristã dos adultos começa com o pré-catecumenado, seguindo-se um tempo ligado ao conhecimento de Jesus, da Igreja e das verdades da fé cristã, denominado de catecumenado, onde se inclui o Rito de Eleição, que marca a transição das catequeses para a vertente espiritual.
Depois de terem recebido os sacramentos da iniciação, os adultos aprofundam o conhecimento sobre o cristianismo e inserem-se progressivamente na vida das comunidades.
O catecumenado, tal como foi pensado pela Igreja nos primeiros séculos, é a instituição que tem a missão de acompanhar estas pessoas no itinerário de fé até aos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia.
Andreia André, de Casal de Cambra, em Lisboa, é um exemplo de persistência numa jornada em busca da fé que conseguiu congregar toda a sua família.
“Os meus pais eram testemunhas de Jeová quando eu nasci, afastaram-se da religião durante um tempo, fui crescendo sempre com as bases de testemunha de Jeová mas sempre com uma grande curiosidade sobre a Igreja” recorda a jovem, em entrevista ao Programa da Igreja Católica na Antena 1.
Joana Martins, por exemplo, começou a questionar a sua fé quando se relacionava com as colegas da faculdade, todas crentes.
Daí ao passo de querer ser batizada foi o aumento da expetativa e ainda, em preparação, esta jovem deixa o testemunho de se encantar com a Igreja.
Foi na preparação para um casamento misto que André Silva percebeu que a sua vocação era ser batizado e por isso este consultor informático vai receber, nesta Vigília Pascal, em Nova Oeiras, os sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia.
PRE/OC