Guarda, 14 abr 2011 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou hoje que a Igreja Católica tem o “direito de intervir” em questões sociais e políticas, admitindo que nem sempre essa intervenção é bem acolhida.
“Tudo o que seja uma posição da Igreja acerca de questões da sociedade é mal aceite, porque oficialmente decidiram que, por exemplo, nós, os bispos, não nos metemos na política. Nós não nos metemos na política por interesse nosso – nós temos o direito de intervir”, explicou D. José Policarpo à Renascença, à margem do 50.º Encontro Nacional de Catequese, que decorre na Guarda.
O patriarca de Lisboa falou, especificamente, de “questões éticas, como as que ultimamente retalharam a nossa sociedade – a lei do aborto, o casamento entre homossexuais”.
“Nós temos o direito de intervir”, apontou.
D. José Policarpo dá até o exemplo de outros países onde há mais diálogo entre o Estado e a Igreja.
“Falta-nos um trabalho que noutros países existe, um trabalho com os decisores políticos”, disse, apontando ainda a “pouquíssima ação” que a Igreja tem junto do parlamento.
A este respeito, o cardeal deu o exemplo do parlamento italiano, que “tem um capelão, tem uma capelania, um trabalho habitual com os deputados no parlamento”.
RR/OC