Igreja: «Catequese não pode desligar-se da sua missão evangelizadora», diz cardeal-patriarca

Para D. José Policarpo, cada catequista deve ser um «pastor» que ajuda a aprofundar a identidade da Igreja no mundo

Guarda, 14 abr 2011 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa defendeu hoje a necessidade de uma Catequese “viva” e “evangelizadora”, no ensino e na vivência da palavra de Deus, que cumpra a sua missão numa sociedade “cada vez mais pós-cristã”.

“A Catequese situa-se no âmbito do esforço da Igreja se evangelizar continuamente a si mesma, mas não pode desligar-se do dinamismo da missão evangelizadora” sublinhou D. José Policarpo, numa conferência integrada no 50º Encontro Nacional de Catequese, a decorrer até sábado na Guarda.

Numa análise à questão «Catequese no contexto das prioridades pastorais da Igreja em Portugal», este responsável convidou os educadores cristãos a não fazerem da Catequese “uma escola de doutrina”, mas parte de um processo de crescimento da comunidade cristã, de conhecimento da Deus, para depois o transmitir aos outros.

Mais do que “um professor” – defende o cardeal-patriarca – o catequista deverá ser um “pastor” ajudando cada cristão a “ser Igreja” e a “aprender e confrontar a escuta pessoal com a da Igreja”, para depois poder defender a doutrina cristã dentro da sociedade.

“A Catequese, hoje, não só não pode sublinhar, mas tem de corrigir a tendência cultural de querer levar a Igreja a dizer o que cada um quer ouvir” reforça.

D. José Policarpo chamou também a atenção para a necessidade de fazer da Catequese um “tempo da Igreja”, incentivando a uma participação ativa da comunidade nas celebrações religiosas, no “encontro com profundo e verdadeiro com Cristo”.

Na escuta e aplicação quotidiana da Palavra de Deus, cada um poderá fazer da vida “uma expressão de amor e de louvor”, cumprindo assim o objetivo que norteia toda a mensagem catequética.

Segundo o patriarca de Lisboa, se o trabalho dos educadores “se limitar a analisar textos do passado será, talvez, estudo interessante, mas não é Catequese”.

Dar este passo em frente, diz o prelado, é fundamental, para que as crianças, jovens e adultos possam, de facto, conhecer a “beleza de Deus” e do seu Filho Jesus Cristo, e desejem “habitar na casa do Senhor”.

O 50º Encontro Nacional de Catequese, dedicado ao tema «Sereis minhas testemunhas», tem como objetivo principal debater os desafios que se colocam aos catequistas de hoje, numa sociedade secularizada e global.

Todas as conferências podem ser acompanhadas em diferido, através da internet, depois de registo prévio, no site http://formacao.educris.com/

JCP

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