D. Manuel Clemente e outras 46 personalidades nacionais, assinaram documento pedindo «consenso alargado» entre partidos e instituições para responder à crise
Lisboa, 09 abr 2011 (Ecclesia) – O bispo do Porto faz parte de um conjunto de 47 personalidades nacionais que assinaram hoje o manifesto “Um compromisso nacional”, incitando à conjugação de esforços para que Portugal possa sair da crise.
“A carta é um apelo a que tenhamos um assentimento básico em princípios que são comuns, que têm a ver com a atenção às desigualdades sociais no sentido da sua ultrapassagem, com a criação de trabalho e de emprego e com aquilo que são dinamismos sociais abrangentes para todos. Que ninguém fique de fora de uma coisa que tem de ser de todos” sublinhou D. Manuel Clemente, em declarações prestadas à agência Lusa.
O texto, publicado este sábado pelo jornal Expresso, fala na necessidade de conseguir estabelecer dois compromissos fundamentais.
“Em primeiro lugar, um compromisso entre o Presidente da República, o Governo e os principais partidos, para garantir a capacidade de execução de um plano de ação imediato, que permita assegurar a credibilidade externa e o regular financiamento da economia”.
Numa altura em que o país se prepara para novas eleições, a 05 de junho, os signatários consideram que esta atitude iria evitar “perturbações adicionais numa campanha eleitoral que deve contribuir para uma escolha serena, livre e informada” e por outro lado “permitir que o Governo possa assumir plenamente as suas responsabilidades”, quer a nível interno quer externo.
Por outro lado, acreditam ser essencial “assegurar que o próximo Governo será suportado por uma maioria inequívoca, indispensável na construção do consenso mínimo para responder à crise”.
Para D. Manuel Clemente, a conjuntura atual não tem apenas repercussões económicas ou financeiras, mas “é um apelo a que todos nós nos reencontremos mais à frente como uma sociedade solidária”.
O manifesto “Um compromisso nacional” tem ainda a assinatura de três antigos presidentes da República, António Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, e de outras figuras pertencentes ao meio político e cultural português.
JCP