EMRC: Professores consideram que falta «cultura» da disciplina nas escolas

Na Semana dedicada à Educação Moral e Religiosa, docentes deixam testemunho sobre a sua relação com os alunos e colegas

Lisboa, 06 abr 2011 (Ecclesia) – A Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) continua a procurar conquistar o seu espaço próprio, dentro da estrutura escolar, privilegiando a transmissão de valores, o diálogo e a criatividade.

“Não há cultura da moral na escola, é um trabalho que está agora a começar de novo” aponta Hélder Ferreira, em declarações prestadas esta terça-feira, ao Programa ECCLESIA, da Antena 1, olhando para a realidade que encontrou na escola Emídio Garcia, em Bragança.

Para este jovem de 28 anos, que está a dar os primeiros passos como professor de EMRC, a principal preocupação tem sido “motivar” os alunos e “criar neles o gosto” por uma disciplina que é meramente opcional.

Entusiasmado pelo “desafio” de ensinar, o docente espera que o facto de ter deixado os bancos da escola há pouco tempo seja uma vantagem para construir uma relação mais sólida com a sua turma.

“Consigo perceber as necessidades deles, aquilo que eles gostam, e pode ser um meio de eles não sentirem determinado tabu em falar sobre determinados assuntos que os manuais propõem” acrescenta.

Mais do que um momento de catequese ou de transmissão da fé, as aulas de ERMC podem proporcionar aos adolescentes e jovens momentos de reflexão e de partilha de experiências.

“Não podemos esquecer que somos professores, mas acima de tudo somos amigo, porque quando têm algum problema, é connosco que vêm ter” revela, por seu lado, Júlia Mira, que dá aulas a alunos do 9.º ano, numa escola em Elvas.

Dinâmicas de grupo, debates sobre temas do dia a dia ou visitas de estudo em Portugal e no estrangeiro ajudam os docentes de ERMC a alargarem o espaço de relação com os alunos, que no horário semanal se limita a uma aula de 45 ou 90 minutos.

Numa semana que, até dia 9 de abril, é dedicada a esta disciplina, com o tema «A EMRC já se vê… na beleza do diálogo», importa também perceber a forma como ela se enquadra atualmente na dinâmica escolar.

A nível do ensino secundário, depois de “muito tempo à parte”, a EMRC está agora integrada no Departamento de Ciências Sociais e Humanas, juntamente com disciplinas como História ou Geografia, o que possibilita realizar um trabalho de conjunto.

No entanto, segundo Gustavo Faria, quem ensina religião moral é ainda por vezes “visto como professor de segunda”.

Este tipo de ideias pré-concebidas “vão se quebrando, mas muito devagarinho” lamenta o professor de Torres Novas.

Até dia 8 de abril, o momento atual da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica vai estar em destaque no Programa da Igreja Católica, na Antena 1, a partir das 22h45.

PRE/JCP

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