Aborto: Dados de 2010 em discussão

Federação Portuguesa pela Vida diz que a redução apontada pelo Governo do número de abortos legais é “propaganda política”

Lisboa, 01 Abr 2011 (Ecclesia) – A Federação Portuguesa pela Vida (FPV) acusou hoje o Governo de “usar dados incompletos” para fazer “propaganda política”, depois da Direção-Geral da Saúde ter revelado uma redução do número de abortos legais no ano passado.

“Todos os anos isto acontece. Por exemplo: para 2009 o relatório apresentado em março de 2010 referia 18.951 abortos por opção da mulher. O relatório revisto em março de 2011 alterou este número para 19.222, mais 271 abortos” recorda a organização, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Agora, os números revelados esta quinta-feira pela DGS indicam que, no ano passado foram feitos 19.436 abortos legais, e representam menos 412 em relação a 2009.

18.911 dessas interrupções de gravidez foram por opção da mulher (97,3 por cento), 440 devido a grave doença ou malformação congénita do nascituro (2,26 por cento), 66 para evitar perigo de morte ou grave e duradoura lesão para a saúde física ou psíquica da grávida (0,34 por cento).

A região de Lisboa e Vale do Tejo abarca mais de metade do número de intervenções, e a maioria das mulheres que se submeteram ao processo tem entre 20 e 34 anos de idade.

“Esperemos assim por julho para saber a verdade” aponta a FPV, recordando que “os dados do último trimestre de 2010 não estão totalmente lançados” e que, desde que se liberalizou o aborto, em 2007, o número de interrupções voluntárias de gravidez “aumentou mais de 50 por cento”.

Diante da “falta de alternativas” para as mulheres envolvidas no “drama do aborto”, a organização espera que o processo eleitoral marcado para junho traga uma maior abertura para proceder alterações ao atual quadro legal.

“A proteção à família e à maternidade tem de ser debatida” aponta o comunicado da FPV, para quem “o país não pode continuar a enterrar a cabeça na areia, sem olhar a problemas concretos que ditam a verdadeira crise”.

Segundo a DGS, o aborto entre adolescentes com menos de 15 anos é bastante significativo, com 2.284 casos registados.

JCP

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