O economista João César das Neves e José Dias, da Comissão Nacional Justiça e Paz, defendem que há um país para construir
Lisboa, 01 abr 2011 (Ecclesia) – A queda do executivo de José Sócrates e o cenário de novas eleições devem ser vistas como uma oportunidade para as forças políticas e a sociedade civil unirem esforços rumo à recuperação do país.
Hoje, em entrevista à Agência ECCLESIA, José Dias da Silva sublinha que “há um país para construir” e que o problema mais delicado não se prende com a atual conjuntura económica e política, mas sim com o “espírito derrotista” e “o clima de irresponsabilidade” que tomaram conta do país.
Para o membro da Comissão Nacional Justiça e Paz, é preciso “interiorizar que a mudança depende de todos, em vez de ficar à espera que os outros resolvam o problema”.
Opinião partilhada por João César das Neves, que critica o Governo por, em matéria de política financeira, ter “jogado mais para o seu interesse pessoal tático do que propriamente em favor do país”.
O economista espera que as novas eleições, marcadas para 5 de junho, façam surgir um “Governo claro”, através do qual “será mais fácil conseguir uma orientação”.
Esta quinta-feira, depois de aceitar a demissão de José Sócrates e de ter marcado novas eleições legislativas, o presidente da República pediu aos portugueses, e aos políticos em particular, um “compromisso estratégico de médio prazo, que resulte de um alargado consenso político e social.
José Dias da Silva reforça esta ideia, defendendo “ser tempo de olharmos para os outros como pessoas que, apesar de terem uma opinião diferente, podem contribuir para ultrapassar a crise”.
É que o debate político, segundo aquele responsável, tem sido mais marcado pela “defesa de programas próprios” do que propriamente pela “pluralidade de ideias”.
JCP