Vaticano: Bento XVI pede fim da violência na Costa do Marfim

Papa envia presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz ao país africano

Cidade do Vaticano, 30 Mar (Ecclesia) – O Papa expressou hoje a sua preocupação com as populações da Costa do Marfim, “traumatizadas por dolorosas lutas internas e graves tensões sociais e políticas”.

Na audiência geral das quartas-feiras, pronunciada no Vaticano, Bento XVI lançou um apelo “insistente” para que seja iniciado “o mais rapidamente possível um processo de diálogo construtivo para o bem comum” no país da costa ocidental de África.

Depois de exprimir a sua “proximidade” às pessoas que perderam “um entre querido” e que são atingidas pela violência, o Papa sublinhou que “nenhum esforço deve ser poupado” para restabelecer “o respeito” e a “coabitação pacífica” no território.

Na alocução em língua francesa, Bento XVI anunciou que decidiu enviar à Costa do Marfim o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, o cardeal ganês Peter Turkson, para que manifeste a “solidariedade” da Igreja católica com as vítimas do conflito “e encoraje a reconciliação e a paz”.

O presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, pediu esta terça-feira um “cessar-fogo imediato” e a “abertura de um diálogo” com o seu rival Alassane Ouattara, reconhecido presidente pela comunidade internacional, cujas forças estão a progredir no sul do país, refere a Agência Lusa.

Milhares de pessoas estão a fugir para a Libéria – o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados teme que os deslocamentos destabilizem este país, a recuperar de duas guerras civis – e também para a Guiné-Conacri e Gana.

A violência pós-eleitoral causou mais de 460 mortos e quase um milhão de deslocados em Abidjan, cidade banhada pelo Atlântico, 250 km a sudeste da capital, Yamoussoukro, havendo igualmente “inúmeras” pessoas em fuga no Oeste do país, afirmou a porta-voz do Alto Comissariado para os Refugiados, Melissa Fleming, citada pela Euronews.

A França apresentou esta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução para reforçar a missão dos soldados ao serviço daquela Organização na Costa do Marfim, proibir o uso de armas pesadas em Abidjan e intensificar as sanções contra Laurent Gbagbo, que recusa abandonar o poder.

RM

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