Vaticano: Teólogo português qualifica de «ambígua» designação de organismo para o diálogo com os não crentes

Denominação «Pátio dos Gentios» «pode ser boa se for uma metáfora abrangente» mas «péssima» se sugerir separação

Lisboa, 24 Mar (Ecclesia) – O teólogo português frei Bento Domingues qualifica de “ambígua” a denominação ‘Pátio dos Gentios’, nova estrutura da Igreja católica promovida pelo Vaticano para o diálogo com os não crentes.

A designação “pode ser boa se for uma metáfora abrangente” mas “péssima se ficar na localização que tinha no templo de Jerusalém”, aludindo “a gente que está de fora”, afirmou o sacerdote à Agência ECCLESIA.

O religioso da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) preferia o título “‘Pátio de todos os encontros’, que é o que deve ser a Igreja”, já que a designação escolhida pela Santa Sé se refere a “um lugar de proximidade mas também de separação”.

O ‘Pátio dos Gentios’ era o único local no templo de Jerusalém, o espaço de culto mais importante para os judeus ao tempo de Jesus, em que era permitido o acesso a pessoas que não pertenciam à religião judaica.

As reticências de Bento Domingues não o impedem de considerar que ‘Pátio dos Gentios’ é uma expressão “muito feliz” porque apela ao diálogo da Igreja com “muita gente que deixou de ser cristã” e com “pessoas que andam à procura, sem saber bem do quê”.

“É todo esse mundo de busca que o Papa utilizou como metáfora do ‘Pátio dos Gentios’”, considerou o investigador, acrescentando que Jesus é “o lugar de todos os encontros”.

O primeiro encontro internacional do ‘Pátio dos Gentios’ decorre hoje e sexta-feira em Paris.

RM

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