Igreja/Cabo Verde: Meios humanos são escassos e dispersos

D. Ildo Fortes, futuro bispo da diocese do Mindelo, será ordenado este domingo, na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa e falou à Ecclesia da realidade caboverdiana.

Lisboa, 02 abr 2011 (Ecclesia) – O novo bispo do Mindelo, em Cabo Verde, defende a necessidade de «suscitar vocações locais», no sentido de garantir “estabilidade” e “autonomia” para aquela diocese.

“Não temos muito clero, padres que fazem mesmo parte da diocese são dois, tem havido colaboração de fora, ou seja, é uma realidade que a qualquer momento pode não se poder contar com eles” resumiu D. Ildo Fortes, em declarações prestadas ao Programa Ecclesia.

Ildo Fortes vai ser ordenado bispo do Mindelo este domingo, em Lisboa, numa cerimónia presidida por D. José Policarpo na igreja de São Vicente de Fora, com a presença de D. Arlindo Gomes Furtado, bispo de Santiago de Cabo Verde, e D. Manuel Clemente, bispo do Porto, como consagrantes.

A entrada oficial na diocese do Mindelo está marcada para 10 de abril.

O novo prelado cabo-verdiano antecipou os desafios que irá ter pela frente, numa diocese com mais de 180 mil habitantes, e que é composta pelas ilhas de São Vicente, São Nicolau, Santo Antão, Sal e Boavista.

[[v,d,1887,Entrevista ao futuro bispo da diocese do Mindelo, Cabo Verde]]A juntar à falta de recursos humanos, o futuro bispo considerou que esta configuração geográfica do Mindelo representa outro problema, já que “torna mais difícil o trabalho, reunir para projectar, para dinamizar a diocese, porque as deslocações não são fáceis, têm de ser a maior parte de avião”.

No que diz respeito à dinâmica das pessoas, da vida que se respira naqueles territórios, o novo bispo falou de uma “vida portuária que gera à sua volta grande dinamismo”, a boa presença educativa, especialmente no Mindelo; a actividade agrícola nas ilhas de Santo Antão e São Nicolau, ou o turismo, no Sal e na Boavista.

Apesar disso, defendeu a necessidade de “outros atractivos”, que façam com que as pessoas que venham de fora possam “contactar mais” com a realidade da diocese, em vez de apenas praticarem turismo de praia.

Integrar melhor a grande percentagem de pessoas que vem de fora, para as cinco ilhas do Mindelo, será outro dos objectivos de Ildo Fortes.

“A avalanche de gente que chega, que não tem raízes, e sem condições de habitação, fica um pouco na clandestinidade. Vai aparecendo a questão da insegurança social, no Sal sobretudo, e no Mindelo, por ser a grande cidade” avisa ainda.

Ildo Augusto dos Santos Lopes Fortes, de 46 anos, foi nomeado bispo da diocese do Mindelo por Bento XVI no dia 25 de janeiro, colocando um ponto final ao vazio criado desde julho de 2009, devido à transferência de D. Arlindo Gomes Furtado.

JCP

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