Igreja/Cultura: «Laicismo militante» quer expulsar Deus do espaço público

Simpósio «Fé e Cultura» debate «intermitências» do diálogo entre ciência e cristianismo

Aveiro, 19 Mar (Ecclesia) – O director do Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro (ISCRA), padre Querubim Silva, afirmou hoje que o laicismo está a estorvar as relações entre a Igreja e a cultura.

“Neste momento, um laicismo militante acaba por ter alguns efeitos perversos nessa relação, que podia e deveria ser harmoniosa”, referiu o sacerdote, que em declarações à Agência ECCLESIA denunciou a tentativa de “fazer desaparecer Deus, por completo, de todo o espaço público”.

Querubim Silva considerou que “em todos os tempos” tem havido “proximidade e distanciamento, cooperação e confronto” entre catolicismo e cultura, sublinhando que “todos ficam a ganhar” se houver diálogo entre a Igreja e as perspectivas que não coincidem com o seu pensamento.

O ISCRA realiza hoje em Aveiro o primeiro simpósio Fé e Cultura, dedicado ao tema ‘As intermitências do diálogo entre Ciência e Cristianismo’, que conta com a presença de cerca de 70 pessoas.

“A propósito de uma figura emblemática da nossa área, que é o cientista e padre Póvoa dos Reis, decidimos inaugurar um caminho de reflexão sobre a cumplicidade entre fé e cultura”, explicou Querubim Silva, adiantando que a iniciativa é “seguramente” para continuar em próximas edições.

O programa do simpósio previa a entrega do 1.º Prémio ‘Póvoa dos Reis’, criado com o objectivo de distinguir textos “sobre o contributo positivo do cristianismo para o progresso das ciências”.

O prémio ficou por atribuir dado que “não houve ensaio que tivesse atingido os objectivos pretendidos”, assinalou o responsável, adiantando que foram conferidas duas menções honrosas.

Após a cerimónia, presidida pelo director do Secretariado Diocesano da Cultura, padre Georgino Rocha, realizou-se a primeira conferência, intitulada ‘A ciência e a fé conciliadas numa vida’, uma análise à obra do padre francês Teilhard de Chardin (1881-1955) feita por Michel Renaud.

O simpósio prossegue esta tarde com a palestra ‘Que desafios coloca a ciência à fé?’, proferida por Alfredo Dinis, seguindo-se o painel denominado ‘É ainda possível e necessário o diálogo entre fé e ciência?’, com a intervenção de Sebastião Formosinho.

A sessão conclusiva começa às 21h00, com a apresentação do livro ‘O Deus de Dawkins’, por Maria Isabel Pereira Varanda, continua com um momento musical e termina com um debate.

RM

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