Solidariedade: Bispo das Forças Armadas alerta para «desigualdade extrema»

Militares e forças de segurança vão contribuir para o Fundo Social Solidário, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa

Lisboa, 09 Mar (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança manifestou hoje a sua preocupação perante a “desigualdade extrema” na sociedade portuguesa, lamentando ainda a “falta de solidariedade”.

“Choca-nos a desigualdade extrema; inquieta-nos, porventura mais, a falta de solidariedade”, indica D. Januário Torgal Ferreira na sua mensagem para a Quaresma, que se inicia nesta quarta-feira, com a celebração das cinzas.

O bispo anuncia que a renúncia quaresmal na diocese das Forças Armadas e de Segurança se destina ao Fundo Social Solidário, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa em 2010.

A «renúncia quaresmal» é uma modalidade de partilha deste período do calendário litúrgico da Igreja Católica que apela à oferta de um montante monetário destinando a finalidades eclesiais ou socio-caritativas, por parte dos cristãos, obtido pela abstenção de gastos não essenciais da vida quotidiana.

Neste período da Quaresma, o prelado apela ao aprofundamento da fé e “da sua inspiração de estilos de vida através da escuta da Palavra de Deus e dos clamores dos outros e do mundo”.

“Somos convidados à mudança do pensar e do agir no âmbito de obstáculos que atentam contra a pessoa humana”, lê-se na mensagem

A “verdade” deste período litúrgico é o convite eclesial à partilha de bens, numa “sociedade agravada nos seus aspectos mais comuns: a ausência de trabalho é fonte de desemprego; o vazio do salário próprio fomenta desequilíbrios pessoais e familiares: a falta de saúde não se compadece com soluções inconsistentes; a solidão, a violência, o aviltamento de pessoas… são doenças a sarar!”, escreveu D. Januário Torgal Ferreira.

O fruto da renúncia quaresmal é para os excluídos, “a ser entregue na sede da Conferência dos bispos portugueses, por altura da Páscoa, sendo, a seu tempo, publicado no Jornal «Centurião» o montante recolhido”.

“Da indiferença ao ar adulto da responsabilidade pode ser o mote do nosso itinerário pascal”, finaliza.

A Quaresma, que começa com a celebração das cinzas, este ano a 9 de Março, é um período de preparação para a Páscoa, maior festa do calendário litúrgico cristão, com a duração de 40 dias, marcados por apelos ao jejum, à partilha e à penitência.

LFS

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