Leiria-Fátima: Quaresma veste as «cores da caridade»

Tempo de preparação para a Páscoa é «muito precioso e importante» para a vida espiritual, escreve D. António Marto na mensagem quaresmal

Leiria, 04 Mar (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima quer que esta Quaresma, que na Igreja católica é assinalada pelo roxo, se revista com as “cores da caridade”, ajudando a “embelezar” a existência pessoal e a vida das comunidades paroquiais.

“Através das práticas tradicionais da oração, do jejum e da esmola, a Quaresma educa-nos a viver a beleza e a riqueza da caridade como relação fraterna, doação, partilha e serviço de amor concreto a quem necessita de ajuda”, escreve D. António Marto na mensagem quaresmal divulgada hoje no site da diocese.

O documento, intitulado ‘Quaresma com as cores da Caridade’, salienta que este tempo litúrgico é “muito precioso e importante” para cuidar da vida espiritual, constituindo uma oportunidade de “aferir a verdade e a autenticidade” do estilo de vida “à luz da Palavra de Deus” e dos “desafios” da cultura.

Um dos momentos marcantes do percurso quaresmal vai ser a peregrinação diocesana ao Santuário de Fátima, a 10 de Abril: “Apelo à participação de todos os fiéis, incluindo os sacerdotes, os religiosos e as religiosas”, pede António Marto.

À semelhança de anos anteriores, a espiritualidade da Quaresma pode ser aprofundada com o ‘Retiro do Povo de Deus’, que para o bispo de Leiria-Fátima “é um meio maravilhoso e importantíssimo para ler e meditar os Evangelhos”.

Os grupos que se associarem à iniciativa, denominada “Avivar a chama da caridade”, contam com um guião que, para cada um dos seis domingos da Quaresma, inclui um texto bíblico, testemunhos de vida de santos e figuras de referência do catolicismo, além de orientações pedagógicas sobre a leitura da Bíblia e sugestões de cânticos.

O retiro pretende contribuir para lançar uma ponte entre a oração e o apoio aos mais desfavorecidos: “O jejum e a esmola educam-nos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação, do amor e da partilha com o próximo em necessidade”, assinala a mensagem.

“A caridade em nós – prossegue o texto – dilata-se na medida em que compreendemos como Jesus amou e tratou os pequenos, os frágeis, os pobres, os sofredores, os marginalizados, os inimigos e na medida em que nos deixamos contagiar pelo testemunho dos que procuraram dar corpo à caridade nas mais variadas situações.”

António Marto anuncia que o Fundo Social Solidário, instituído pela Conferência Episcopal Portuguesa para ajudar os mais necessitados, vai receber a quantia obtida pela renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens que adquirem habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para uma finalidade especificada pelo bispo.

No contexto do Ano Europeu das Actividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Activa, que decorre em 2011, o prelado apela a que a Quaresma seja um tempo “de sensibilização e proposta de percursos” que ofereçam “um tempo de gratuidade ao serviço dos outros, particularmente dos mais abandonados e esquecidos”.

O título da mensagem de António Marto é inspirado na sua carta pastoral “Chamados à caridade”, que lança as orientações da diocese para 2010/11.

A Quaresma, que começa na quarta-feira de Cinzas (este ano a 9 de Março), é um período de 40 dias, exceptuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que servem de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.

RM

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