Lisboa: Patriarca desafia à «ousadia da esperança»

D. José Policarpo celebra este sábado 75 anos de vida, e foi homenageado pela Universidade Católica Portuguesa

Lisboa, 25 Fev (Ecclesia) – D. José Policarpo convidou hoje a sociedade portuguesa e o mundo em geral a serem “ousados na esperança”, num tempo em que “todos”, até “a própria Igreja”, estão a ter “uma visão muito pessimista da História”.

Homenageado na Universidade Católica de Lisboa, que antecipou em um dia a comemoração dos 75 anos do seu “Magno Chanceler”, o Cardeal-Patriarca relembrou uma importante lição, que guarda consigo desde os seus tempos de estudante.  

“Uma coisa que eu aprendi é que a voz da História ouve-se em silêncio, está em dimensões que não vêm nas primeiras páginas dos jornais, e é preciso saber ler não apenas o desastre” sublinhou, apelando às pessoas para, “apesar de tudo, acreditarem no Homem “.

Com uma vida umbilicalmente ligada ao mundo académico, D. José Policarpo tem uma relação muito próxima com a UCP, onde assumiu os cargos de professor, director da Faculdade de Teologia e reitor.

A UCP procurou “reavivar os temas mais marcantes” do pensamento do seu “Magno Chanceler”, através de um colóquio comemorativo intitulado “Um pensamento em acção: D. José da Cruz Policarpo.

“A nossa dívida não é mensurável, D. José está entre os fundadores desta universidade, estabeleceu os critérios e os fundamentos que permitiram que ela tivesse o prestígio que tem hoje” sublinhou Manuel Braga da Cruz.

O reitor fez ainda votos para que esta ligação com o Cardeal-Patriarca se possa estender “por muitos anos”.

Destaque para o professor Peter Stilwell, da Faculdade de Teologia, a quem coube falar sobre “a teologia dos sinais dos tempos”, uma matéria que marcou a tese de doutoramento de D. José Policarpo, há 40 anos, numa época pós-Concílio Vaticano II.

O sacerdote considerou o Cardeal-Patriarca “tributário e expressão” de uma Igreja que, mais do que “entrincheirar-se perante um mundo que fugia cada vez mais à sua influência”, como aconteceu no período a seguir à Reforma Protestante no Ocidente, a partir do século XVI, passou a procurar aprender com os sinais que o mundo lhe transmitia.

JCP

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