Vaticano: Alerta para o negócio em volta dos bancos de sangue de cordão umbilical

«Mercado» em volta das células estaminais e trauma pós-aborto em debate na assembleia-geral da Academia Pontifícia para a Vida

Cidade do Vaticano, 24 Fev (Ecclesia) – O presidente da Academia Pontifícia para a Vida (APV), bispo Ignacio Carrasco de Paula, considera que as potencialidades “terapêuticas” do cordão umbilical não podem levar à exploração de um “negócio” de bancos de sangue.

Em declarações à Rádio Vaticano, nesta quarta-feira, o responsável fala na criação de um “mercado” que levanta questões éticas, apesar do potencial das “células estaminais” contidas no sangue do cordão umbilical.

“Há aqui uma questão muito importante para nós e que diz respeito à oposição entre utilização pública e o uso privado, entre quem quer conservar esta possibilidade terapêutica apenas para si e quem, pelo contrário, a quer colocar à disposição dos outros”, assinala.

O “trauma pós-aborto” e os bancos de sangue de cordão umbilical estão no centro dos debates da 27ª assembleia-geral da APV, no Vaticano, de 24 a 26 de Fevereiro.

Estes temas vão ser tratados em painéis independentes, durante o próximo dia 25, cuja participação é aberta ao público.

Ignacio Carrasco de Paula adianta que a assembleia-geral foi preparada por “dois grupos de estudo”, que ali vão apresentar os resultados dos seus trabalhos.

O bispo refere que, durante a reunião, vão ser abordadas as “consequências” dos mais de 40 milhões que se realizam em todo o mundo, anualmente, frisando que existem “custos muito importantes, tanto a nível pessoal como social”.

“A nossa atenção vai, sobretudo, para o nível pessoal: qual o risco para a mulher que, por diversos motivos – e muitas vezes também pela forte pressão social que existe, por causa de uma tendência a favor do aborto que está presente nalgumas regiões – recorre ao aborto”, assinala.

O presidente da APV destaca ainda o facto de existirem “consequência a nível colectivo, em primeiro lugar para a família”.

A Academia Pontifícia para a Vida foi instituída por João Paulo II em 11 de Fevereiro de 1994, com o Motu Proprio «Vitae Mysterium».

Tem como objectivo o estudo, a informação e a formação sobre os principais problemas de bioética e de direito, relativos à promoção e defesa da vida, sobretudo na relação directa que estes têm com a moral cristã e com as directivas do magistério da Igreja Católica.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top