Lisboa, 01 Fev (Ecclesia) – A congregação religiosa católica Legionários de Cristo anunciou esta Segunda-feira a criação de uma comissão para analisar os alegados casos de abuso sexual cometidos pelo fundador, o padre mexicano Marcial Maciel.
A denominada ‘Comissão de Aproximação’ tem como objectivo escutar as vítimas e elaborar um relatório dos casos, que vai ser entregue ao delegado pontifício dos Legionários de Cristo, cardeal Velasio de Paolis, indicado pelo Vaticano após denúncias de pedofilia.
O grupo de trabalho não vai ocupar-se de casos que não estejam relacionados “com a pessoa do Pe. Marcial Maciel nem intervirá naquelas causas que estejam à espera de resoluções por parte de tribunais civis ou eclesiásticos”, refere o site da congregação.
Com esta comissão pretende enfrentar-se “com seriedade e responsabilidade” a “conduta do padre Marcial Maciel” e as “consequências que teve em algumas pessoas”, explica o director-geral dos Legionários de Cristo, padre Alvaro Corcuera.
“Queremos, dentro do que for humanamente possível, encerrar esse capítulo e os seus aspectos mais dolorosos, além de buscar a reconciliação e fazer com que a justiça e a caridade imperem”, acrescenta.
A comissão, presidida por um dos conselheiros pessoais do delegado pontifício, padre Mário Marchesi, é composta por dois membros pertencentes à congregação e dois peritos externos.
Os Legionários de Cristo admitiram em 2010 que o seu fundador “teve uma filha, resultado de uma relação prolongada e estável com uma mulher, e outras condutas graves”, incluindo “actos de abusos sexuais de seminaristas menores”.
A congregação reconhece também que “apareceram outras duas pessoas, irmãos entre si, que afirmam ser filhos” do padre Maciel, “fruto de uma relação com outra mulher”.
ANSA/RM