Igreja/Trabalho: LOC/MTC quer humanizar o trabalho com a «audácia do passado»

«Desemprego» e «avanço da precariedade laboral» estão na origem da pobreza e exclusão

A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) quer assinalar o seu 75.º aniversário tornando presente “a audácia do passado” que marcou a sua história.

A actual coordenadora da organização recordou à Agência ECCLESIA a “audácia do padre Abel Varzim, grande impulsionador do movimento, que fez muito e acabou por falecer sem um reconhecimento pelo trabalho que fez”.

“E ao falar dele recordo muitos dirigentes e militantes que souberam interpretar a sua responsabilidade de leigos na Igreja e que não foram compreendidos”, assinala a responsável ao referir-se ao tema das celebrações dos 75 anos – ‘Com a audácia do passado recriar a humanização do trabalho’.

Fátima Almeida salienta que “o desemprego e o avanço da precariedade laboral” constituem hoje as “duas realidades marcantes na sociedade e no mundo do trabalho”.

A presidente da LOC/MTC defende que estes problemas “não podem ser aceitáveis”, dado que causam o aumento da “pobreza e exclusão”, além de “matarem a vida”: “Temos de combater a ideia de que a inexistência de trabalho para todos é uma fatalidade”, sublinha.

Neste sentido, frisa, é preciso “dividir o trabalho por todos, para que todos tenham acesso a ele”, dado que “nos 10 ou 11% de desemprego existem muitos dramas humanos”.

“Todos estamos conscientes de que não há emprego para toda a vida. Mas que não haja medo quando uma empresa acaba, sabendo-se que há outra onde seja possível trabalhar e continuar a dar um contributo de criação à sociedade”, considera a responsável.

Fátima Almeida defende também que as estratégias sindicais dão por vezes mais prioridade às agendas partidárias do que aos interesses dos trabalhadores mais desprotegidos: “Sentimos várias vezes que os sindicatos são levados mais por uma acção que lhes dê mais bandeira”.

“As grandes manifestações e reivindicações vêm de sectores com maior poder de compra”, mas “os mais fragilizados, sem tanto poder reivindicativo”, também precisam de fazer parte das prioridades das centrais sindicais, acentua.

No próximo dia 30 de Janeiro, em Lisboa (igreja do Sagrado Coração de Jesus), o cardeal patriarca, D. José Policarpo, preside à missa integrada no encontro nacional que marca o início das celebrações do 75.º aniversário da LOC/MTC, fundada em 1936.

RM

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