Sé de Braga entra na «Rota das Catedrais»

Parceria da Igreja Católica com o Estado prevê a realização de obras de conservação e restauro, a nível nacional

Braga, 27 Jan (Ecclesia) – A Sé de Braga vai beneficiar este ano de um conjunto de obras de reabilitação, no âmbito do projecto «Rota das Catedrais», uma parceria entre a Igreja Católica e o Estado que prevê a conservação deste tipo de monumentos religiosos, a nível nacional.

O protocolo que regula esta matéria foi assinado hoje, entre o Cabido da Sé de Braga e a Direcção Regional de Cultura do Norte, contando com as presenças de D. Jorge Ortiga, arcebispo primaz da Diocese bracarense e do Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summaville.

“Desde há muito tempo que a Igreja Católica vê como uma prioridade a conservação do património artístico e cultural de que é detentora, em ordem a permitir que esse património seja usufruído pelo maior número de pessoas” sublinhou D. Jorge Ortiga, em declarações à agência ECCLESIA.

Na qualidade de presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, o prelado olha para a cooperação estatal como algo “louvável”, dada a “incapacidade da Igreja, em termos económicos, para poder realizar um trabalho de restauro e manutenção com a qualidade que se exige”.

Esta colaboração Igreja/Estado deverá estender-se às 23 Catedrais espalhadas por Portugal Continental e pelas Ilhas da Madeira e dos Açores, numa aposta não só na preservação do património religioso, mas também na dinamização do turismo.

“Não podemos ignorar o potencial do turismo religioso no nosso país. O modelo de turismo mudou, hoje as pessoas procuram a cultura e a diferença, e as autoridades têm essa noção” sublinha Elísio Summavielle, Secretário de Estado da Cultura, em declarações ao Diário do Minho.

O responsável político lembra que “à volta de cada Sé, em cada local, nasceram cidades e, logo, a conservação e reabilitação das catedrais tem um efeito dinamizador nos centros históricos onde estas se enquadram”.

No caso da Sé de Braga, que é visitada anualmente por centenas de milhares de pessoas, só para a realização das obras de conservação e restauro está prevista uma verba na ordem dos 800 mil euros.

A maior parte (80 por cento) vai ser comparticipada por fundos comunitários, enquanto que os restantes encargos serão suportados pelos dois organismos que hoje chegaram a acordo.

O cónego Pio Alves de Sousa, Deão do Cabido da Sé, sublinha que a lista de intervenções necessárias à Sé de Braga era “extensa” mas, por agora, ficaram definidas apenas “as quatro principais”. 

O protocolo contempla uma revisão geral às coberturas do monumento; a realização de um estudo à fachada principal, para uma posterior intervenção; acções de melhoramento ao nível das capelas situadas na base das duas torres da Catedral; e operações de conservação e restauro para os dois órgãos do coro alto.

Considerada como um dos mais importantes templos do românico português, datada do século XI, a Sé de Braga é o sexto monumento nacional deste género a aderir à «Rota das Catedrais».

JCP/LFS

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