Igreja/República: Congresso sobre a separação debate atualidade da problemática

Iniciativa junta especialistas nacionais e estrangeiros em quatro dias de discussão, entre hoje e sábado

Lisboa, 13 abr 2011 (Ecclesia) – Especialistas nacionais e estrangeiros vão juntar-se em Lisboa, entre hoje e sábado, para o congresso internacional de história sobre os «100 anos de Separação» entre Igreja e Estado, em Portugal.

A iniciativa é promovida pelo Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da Universidade Católica e procura “perceber mais amplamente” a problemática da separação, refere António Matos Ferreira, coordenador do grupo de investigação de História Religiosa Moderna e Contemporânea do centro.

D. Manuel Clemente, D. António Montes Moreira e D. José Policarpo, que preside à sessão de encerramento, estão entre os participantes neste congresso.

“Pretende-se proporcionar um encontro de investigadores, de várias nacionalidades, para estudar e refletir a problemática da relação da religião, enquanto realidade vivencial e também enquanto dimensão institucional, com a organização da sociedade”, refere António Matos Ferreira à ECCLESIA.

A propósito da Lei de Separação da Igreja do Estado, de 20 de abril de 1911, o CEHR quer “perceber a evolução da relevância dessa problemática, situando-a também na atualidade”, para a relação entre o Estado e as “formas institucionais de religião”.

“Não pretendemos focar-nos no debate em torno do decreto de 1911 e da sua aplicação, mas perceber como é que foi formulada a questão da separação e que alternativas existiam ou podiam ter existido”, precisa Matos Ferreira.

Ao longo de quatro dias, os trabalhos são inaugurados com um painel, durante a manhã, juntando especialistas sobre as questões da «Religião, Sociedade e Estado».

À tarde, em sessões temáticas, os intervenientes discutem entre si diversas problemáticas, sobre os modelos ocidentais, mas também em sociedades do Oriente, como a Indonésia e o Japão.

No dia final, 16 de abril, estão em análise os horizontes da problemática da separação, da secularização e da laicidade, com perspetivas cristãs e muçulmanas, neste caso com a presença de Rachide Benzine, do Instituto de Estudos Políticos de Aix en Provence (França).

O CEHR apresentou em janeiro os livros «Separação religiosa como modernidade», de Sérgio Ribeiro Pinto, e «Da Monarquia à República. Cartas portuguesas de Romolo Murri», de João Miguel Almeida.

OC/LFS

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