João Paulo II pediu aos empresários católicos de todo o mundo que tentem conjugar o desejo “legítimo” do lucro” com um compromisso pela difusão da solidariedade e a eliminação da pobreza. Numa mensagem enviada aos participantes do seminário de estudo promovido pelo Vaticano sobre o tema “O empresário: responsabilidade social e globalização”, a decorrer desde hoje na sede do Conselho Pontifício Justiça Paz, o Papa apela os empresários a “afirmar a prioridade do ser sobre o ter”. O texto foi lido pelo cardeal Ranato Martino, presidente do referido Conselho Pontifício, dado que o Papa se encontra no habitual retiro da Quaresma. “O encontro decorre num momento em que os sectores financeiros e comerciais se tornam cada vez mais conscientes da necessidade de procedimentos éticos que permitam manter a sensibilidade aos aspectos sociais e humanos”, observa João Paulo II. O próprio cardeal Martino quis deixar claro que, entre os católicos, “é necessário superar o preconceito de que todos os empresários são inimigos; pelo contrário, segundo a doutrina social, eles têm uma função decisiva para o bem comum”. O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz constatou que, no Congresso, se viu como “o espírito empreendedor, a função da empresa e do empresário devem gozar de maior consideração pelo papel que desempenha a favor do bem comum e do desenvolvimento social”. Cerca de 70 empresários, especialistas e professores universitários de 27 países dos cinco continentes participaram neste encontro, que contou com o apoio da união Internacional dos Empresários Cristãos (UNIAPAC). O estudo destas temáticas, cruciais na vida empresarial actual, acontece numa altura em que o presidente do Conselho Pontifício Justiça Paz, cardeal Renato Martino, anunciou para Maio a publicação do “esperado compêndio dos princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja”, segundo recorda um comunicado oficial do organismo.
