“Passados dois mil anos, continuamos a trabalhar pelo valor da mulher e respeito para com as crianças” – afirmou D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, na sua catequese quaresmal no dia em que se debateu no Parlamento a despenalização do aborto lembrou a doutrina da Igreja a este respeito: “desde a concepção, e particularmente desde o nascimento, é uma pessoa”. E como tal, acrescentou, “sujeito de direitos”. Citando alguns artigos da Declaração dos Direitos da Criança, de 1959, e da Convenção aprovada em 1989, o Arcebispo falou também da necessidade de se respeitar os deveres para consigo, com Deus, os outros e a natureza. E recorreu aos escritos do Padre Américo, fundador da Obra do Gaiato, para sublinhar que o bom comportamento na família e na sociedade está directamente relacionado com a forma como as crianças são amadas, como são acolhidas. “Se percebe e sente que alguém a ama, quer amar também e é fiel”, dizia o Padre Américo referindo-se às crianças que encontrava na rua, sem família e sem lar. Protegê-las das “influências negativas que as vão marcar para toda a vida é uma responsabilidade que todos devemos assumir” — apelou D. Jorge Ortiga na primeira Conferência Quaresmal.
