Dois projectos-piloto abrangem 16 centros sociais e nove instituições da Cáritas, a nível diocesano e paroquial
Lisboa, 10 Jan (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e a Cáritas estão a desenvolver projectos de certificação de qualidade para a área do apoio social, em instituições ligadas à Igreja.
Até ao próximo mês de Junho, decorrem dois projectos-piloto, “QualSer – Qualificar para melhor servir” e “Qualintegra – Qualificar para melhor integrar”, abrangendo dirigentes, técnicos e auxiliares de 25 organizações.
As bases de trabalho foram lançadas em Abril de 2010, quando a CEP decidiu, em Assembleia Plenária, que “a exigente qualificação e mesmo certificação dos Centros Sociais iria avançar”.
O documento estabelecia ainda a necessidade de “criar um observatório nacional organizado a partir das estruturas diocesanas, em articulação com a Comissão Episcopal da Pastoral Social”, que mantivesse informação actualizada das organizações e grupos presentes no terreno e permitisse adequar a evolução dos mais de mil centros sociais paroquiais.
Mantendo a identidade e as características específicas de cada uma dessas organizações, a ideia do processo de certificação de qualidade agora em curso é eliminar lacunas em áreas como a formação técnica, o controlo de procedimentos e o pensamento estratégico.
Pretende-se também corresponder aos requisitos traçados para o Terceiro Sector, organizações criadas por iniciativa não estatal, por parte do Instituto de Segurança Social.
“As instituições sociais usam muito o seu coração, têm boas práticas mas depois não têm um sistema de gestão de qualidade eficaz, que coordene toda a sua acção” sublinha à Agência ECCLESIA José Paulo Carvalho, da empresa I.Zone, entidade responsável pela implementação dos projectos no terreno.
Segundo aquele director de projecto, “manter registos, procurar evidências, analisar indicadores, traçar objectivos” são aspectos que devem fazer parte do quotidiano das instituições sociais.
“Não existem sistemas de informação que recolham efectivamente dados que possam contribuir para melhorar” aponta ainda.
Por agora, as experiências envolvem 16 Centros Sociais e Paroquiais e nove Cáritas diocesanas, espalhados pelo Norte, Centro e Alentejo.
No futuro, o objectivo é estender a certificação de qualidade a todas as instituições sociais da Igreja, estabelecendo um modelo igual para todas.
“Trata-se de uma situação que era esperada há muito tempo por parte destas instituições, e é muito positivo ter surgido esta oportunidade” destaca Ana Luísa Pinto, responsável da Cáritas Portuguesa, lamentando apenas que “as candidaturas da região de Lisboa e do Algarve não tenham sido aprovadas”.
Os projectos resultaram de candidaturas ao Programa Operacional de Potencial Humano, sendo co-financiados pelo Fundo Social Europeu e pelo Governo português.
JCP