Papa diz que Igreja Católica não é grupo de pressão

Bento XVI destaca importância da fraternidade, que «permaneceu em grande parte letra morta nas sociedades políticas modernas e contemporâneas»

Bento XVI considera que a Igreja Católica “não age à maneira de um lobby, preocupada apenas com os seus próprios interesses”, procurando antes “honrar a dignidade de cada um dos seres humanos”.

No discurso que dirigiu hoje no Vaticano a cinco novos embaixadores junto da Santa Sé, o Papa salientou a importância da fraternidade.

Para Bento XVI, este princípio “permaneceu em grande parte letra morta nas sociedades políticas modernas e contemporâneas”, sobretudo devido à influência exercida pelas “ideologias individualistas ou colectivistas”.

Depois de recordar, entre outras “tragédias”, a ajuda internacional e as acções de voluntariado suscitadas pelo sismo ocorrido em Janeiro no Haiti, o Papa realçou que a fraternidade torna-se presente nas relações de proximidade e à escala planetária, incluindo “a actividade económica”.

Falando aos embaixadores de Andorra, Nepal, Mali, Zâmbia e Seychelles, Bento XVI frisou que a globalização aproxima as pessoas mas é insuficiente para as irmanar.

“A razão humana – afirmou – é capaz de reconhecer a igualdade de todos os homens e a necessidade de limitar as desigualdades excessivas entre eles, mas é incapaz de instituir a fraternidade”, que se trata de “um dom sobrenatural.”

Segundo Bento XVI, “ainda que a fraternidade vivida entre os homens possa encontrar um eco positivo em termos de ‘eficácia social’, é preciso não esquecer que ela não é um meio, mas um fim em si mesma”.

A crença “na caridade divina” dá a certeza “de que o caminho do amor está aberto a todos os homens e de que não é inútil o esforço para instaurar a fraternidade universal”, concluiu o Papa.

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