Ernâni Lopes, economista e antigo ministro das Finanças, morreu hoje, aos 68 anos, depois de anos de luta contra o cancro.
Ficou conhecido dos portugueses pela sua passagem pelo Governo do bloco central liderado por Mário Soares (1983 a 1985), onde desempenhou o cargo de ministro das Finanças. Além das matérias económicas e europeias, Ernâni Lopes tinha outras áreas de interesse, tais como a defesa, a religião e as relações portuguesas com África.
O reitor da universidade católica, Braga da Cruz, lembra um professor exemplar, que tem formado quadros importantes e sublinha o testemunho de Ernâni Lopes enquanto homem de fé.
“Era um homem íntegro, frontal, que assumia causas com uma grande coragem e determinação. Nos últimos tempos, deu-nos a todos um exemplo ao enfrentar a sua doença corajosa e positivamente e com grande fé. Deixa-nos uma grande saudade e um grande vazio”, sublinha.
O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, lembra que Ernâni Lopes foi um exemplo como governante, um homem de grande coragem e um “amigo próximo que muito admirava”:
“Como governante, foi uma referência em momentos muito difíceis; como professor foi um exemplo; como português e europeu, foi alguém sempre disposto a responder às chamadas. Como cristão, deu o seu testemunho vivo em prol das bem-aventuranças”, diz Guilherme d’Oliveira Martins.
Por seu lado, o Presidente da República, Cavaco Silva, enviou uma mensagem de condolências à família de Ernâni Lopes.
“Homem de fé e de princípios, de um exemplar rigor cívico e moral, foi governante em tempos difíceis e um dos grandes obreiros da nossa integração nas Comunidades Europeias. Com um patriotismo admirável, sempre se bateu para que Portugal fosse um país mais desenvolvido e mais justo, tendo sido dos primeiros a compreender o valor estratégico dos oceanos para o futuro do País”, assinala a nota da presidência.