Dia Internacional de Solidariedade com o povo palestino assinalado pela ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) assinala esta Segunda-feira, 29 de Novembro, o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, uma efeméride que encerra questões políticas e religiosas em aberto.
O número de cristãos na Palestina e Israel está a diminuir drasticamente, ainda que não atinja os números verificados no Iraque, afirma Adel Sidarus, professor de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade de Évora.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o investigador egípcio salientou que “na Palestina histórica, os cristãos eram quase 1/3 da população, mas hoje não chegam aos 3%”.
“A situação global dos cristãos na Palestina é a mesma dos muçulmanos”, mas a “luta” dos dois povos contra a “injustiça de que foram objecto” não tem obtido resultados práticos, o que, de acordo com o docente, fez esquecer a “verdadeira” origem do êxodo.
“Procura-se agora caracterizar o confronto entre muçulmanos e judeus como religioso, quando a sua raiz e expressão é política”, frisou Adel Sidarus, para quem “a passividade da opinião internacional faz acentuar esta situação, verdadeiramente lamentável”.
O docente que trabalha actualmente no Instituto de Investigação Científica Tropical, em Lisboa, defende que “Israel quer fazer de Jerusalém uma cidade exclusivamente judia”, e por isso “está sempre a dificultar os vistos e as estadias, mesmo para os cristãos não palestinos”, exceptuando as visitas turísticas, “que servem a propaganda” do regime.
O Movimento pelo Povo Palestino e a Paz no Médio Oriente realiza hoje em Lisboa, às 21h00, na Casa do Alentejo, um encontro durante o qual Adel Sidarus vai falar sobre a posição e a situação dos cristãos na Palestina.
Para o investigador, “desde a sua origem, o conflito israelo-palestino não é religioso (judeo-muçulmano), mas verdadeiramente nacionalista, opondo colonos europeus com uma ideologia sionista racista aos habitantes de um dado território, na ocorrência um povo plurirreligioso”.
O Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino evoca a aprovação, por parte da ONU, da resolução para a divisão do território, ocorrida a 29 de Novembro de 1947.