Uma Igreja plural, sem medo do futuro, dialogante e com uma linguagem perceptível pela sociedade foram algumas das prioridades apontadas esta Terça-feira por Juan Ambrosio, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica.
Na intervenção que proferiu nas Jornadas do Instituto Superior de Teologia de Viseu, o docente sustentou que a Igreja deve incluir o diálogo com outras religiões e com os não crentes.
No entender do teólogo, citado pelo gabinete de imprensa da diocese de Viseu, a pluralidade deve também resultar de uma estrutura “onde não haja apenas ministério ordenado” (diáconos, padres e bispos), e que estenda aos leigos a corresponsabilidade na condução dos destinos da Igreja.
Depois de advertir que “o medo do futuro devolve-nos ao passado”, Juan Ambrosio salientou que o cristianismo só pode ser uma instância crítica se não se prender em anacronismos e no tradicionalismo.
Para responder às novas formas de espiritualidade e ao integrismo religioso e ateu, o professor universitário apelou ao desenvolvimento de uma fé “esclarecida” e “inteligente” que se exprima em linguagem compreensível.
Juan Ambrosio defendeu que “Deus é mais experiência religiosa do que reflexão humana”, e citou as palavras do Papa Paulo VI na abertura da segunda sessão do Concílio Vaticano II (1962-1965): a Igreja deverá “não conquistar, mas servir, não desprezar mas valorizar, não condenar mas confortar e salvar”.
As Jornadas Teológicas do Instituto Superior de Teologia de Viseu, dedicadas ao tema “Repensar a Igreja numa sociedade em mudança”, realizaram-se a 22 e 23 de Novembro.