Celibato, mulheres e homossexualidade

Papa fala do sacerdócio e das polémicas que rodeiam o tema

Bento XVI defende no livro-entrevista «Luz do mundo», hoje apresentado no Vaticano, a posição da Igreja sobre o celibato dos padres, reafirmando que o sacerdócio não se encontra aberto a mulheres ou homossexuais.

O Papa sublinha que “o respeito pela pessoa é absolutamente fundamental e decisivo”, mas que não é por isso que “a homossexualidade se torna moralmente justa”, pelo que “não é conciliável com o ministério sacerdotal”.

Sobre o sacerdócio, Bento XVI lembra a oposição da Igreja Católica sobre a ordenação de mulheres, considerando que “não se trata de não querer, mas de não poder”, porque a Igreja não é “um regime do arbítrio”.

“Não podemos fazer o que queremos, há uma vontade do Senhor para nós, à qual nos agarramos, mesmo que seja cansativa e difícil na cultura e na civilização de hoje”, precisou.

Ao jornalista Peter Seewald, o Papa falou mesmo em “disparate” quando confrontado com o argumento de que há dois mil anos seria “impensável” que Jesus chamasse “mulheres para o sacerdócio”, porque então “o mundo estava cheio de sacerdotisas”.

Bento XVI admite “poder compreender” que alguns bispos queiram reflectir sobre a possibilidade de ordenar homens casados, mas diz que “a dificuldade surge quando é preciso explicar como se deve configurar” a existência entre estes e os celibatários.

Padres casados devem chegar dos grupos de anglicanos que manifestaram vontade de regressar à Igreja Católica, situação que o Papa aguarda para perceber “até que ponto podem salvaguardar a sua própria tradição e a sua forma de vida”.

O livro “Luz do mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos” resulta de uma conversa entre Bento XVI e Seewald – que já por duas vezes tinha entrevistado Joseph Ratzinger, ainda cardeal – na residência pontifícia de Castel Gandolfo, perto de Roma, entre os dias 26 e 31 de Julho deste ano.

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