Papa entrega anel a 24 novos cardeais e pede fidelidade à fé da Igreja
Bento XVI admitiu este Domingo, no Vaticano, que tem um “ministério difícil”, cujo lugar é a “cruz”, falando na celebração de entrega do anel cardinalício a 24 novos cardeais.
Na homilia da Missa que decorreu na Basílica de São Pedro, um dia depois do consistório de criação dos cardeais, que receberam então o barrete cardinalício, o Papa disse que a missão de todos “não se alinha com o modo de pensar dos homens”.
“O nosso primeiro serviço, o serviço da fé, transforma toda a vida”,afirmou.
Após a homilia, Bento XVI entregou o anel cardinalício como “sinal de dignidade, solicitude pastoral e de mais robusta comunhão com a Sé de Pedro”, para que se reforce “o amor à Igreja”.
“Pregai o Evangelho, testemunhai Cristo, edificai a Igreja santa de Deus, abençoai todos e a todos levai a paz de Cristo”, pede a oração pronunciada na ocasião.
O Papa tinha recordado, na sua intervenção, que no anel – “selo do vosso pacto nupcial com a Igreja” – está representada uma imagem da crucifixão e que a cor das roupas cardinalícias “alude ao sangue, símbolo da vida e do amor”.
Citando uma passagem do Evangelho proclamado na celebração, Bento XVI declarou que os cardeais são chamados a “estar com Jesus” e não a “pedir-lhe que desça da cruz”, fazendo-o “não só por nós próprios, mas por toda a Igreja, por todo o povo de Deus”.
“Jesus pode construir a Igreja sobre nós tanto quanto encontrar em nós a verdadeira fé pascal, a fé que não quer fazer descer Jesus da cruz”, prosseguiu.
Neste contexto, afirmou que o “verdadeiro lugar do vigário de Cristo é a cruz, permanecer na obediência da cruz”.
Mais tarde, já na recitação do Angelus, o Papa evocou a celebração da solenidade de Cristo Rei, que conclui o ano litúrgico na Igreja Católica, uma festa instituída por Pio XI em 1925.
“Dirijo uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente aos brasileiros que vieram participar do Consistório para a Criação de novos Cardeais. Peçamos a Nossa Senhora que interceda junto do seu Filho, Rei do Universo, para que esta seja uma ocasião de reafirmar a unidade e a catolicidade da Igreja”, indicou.
Perante milhares de peregrinos, Bento XVI lembrou a jornada de oração pelos mosteiros de clausura, renovando o convite a “apoiar concretamente estas comunidades”.
Mais à frente, o Papa assinalou a “jornadas da vítimas da estrada” e deixou um apelo em favor da “prevenção, que está a dar bons resultados, recordando sempre que a prudência e o respeito pelas normas são a primeira forma de tutela de si e dos outros”.
