Mês de Novembro não é somente para rezarmos pelos defuntos

No mês de Novembro os cristãos rezam e fazem memória dos defuntos, contudo, considera o Reitor do Santuário de Fátima, este mês é também uma óptima oportunidade para uma reflexão sobre “um dos pontos que nos distingue de outras religiões, civilizações e culturas”: a fé na ressurreição.

“Este mês de Novembro não é somente para rezarmos pelos defuntos e deles fazermos memória; é sobretudo para aprofundarmos a nossa fé na ressurreição e na vida eterna; é para delinearmos todo o nosso ser e agir a partir desses horizontes de bem-aventurança que o Senhor nos oferece”, exortou o padre Virgílio Antunes, durante a homilia da missa dominical das 11h00, a 7 de Novembro, no Santuário de Fátima.

Na sua reflexão, o sacerdote destacou na vida hodierna esta ausência de perspectivas de vida eterna: “A grande falta de compromisso que hoje se sente na Igreja e entre os cristãos, pode dever-se em grande parte a esta ausência de perspectivas de eternidade, pois é fácil pensar-se que, se a vida acaba na morte, ela pode tornar-se uma paixão inútil, segundo a linguagem dos filósofos existencialistas e ateus, ou uma realidade a desfrutar até à exaustão, segundo a velha máxima carpe diem, ou então, goza a vida porque ela é curta”.

Posta de lado ou esquecida esta parte essencial da fé que é a noção da ressurreição, nota-se essa falta no agir das pessoas, e a vários níveis. O Reitor do Santuário lembrou alguns: “muitos pais cristãos não têm uma perspectiva firme de educação dos seus filhos e deixam-se influenciar por tudo o que de melhor e pior a sociedade lhes oferece; a educação cristã é menosprezada, ficando quando muito ao cuidado de alguma avó muito zelosa, que não está livre de alguma repreensão por estar a incutir ideias antigas aos seus netos; a aceitação do casamento não católico como forma normal de se unirem os cristãos entrou já na mente”.

Outros casos concretos foram referidos: “o facto de os jovens adiarem os seus compromissos familiares tem a ver com as condições de estudo e trabalho, mas tem também a ver com o facto de quererem aproveitar ao máximo a vida livres de prisões; a questão dos filhos tem a ver com as condições socioeconómicas, mas tem também a ver com o egoísmo latente que leva a querer viver sem encargos pesados; até a dependência das instituições bancárias em que muitas pessoas e famílias se encontram, em virtude dos empréstimos que não podem pagar, é, em parte, fruto da ânsia incontrolável de sugar este mundo e esta vida, na ausência de convicções acerca da outra”.

“Não podemos é viver com o nome de cristãos e a agir como pagãos. Não podemos ser filhos de Deus pelo baptismo e desprezar os mandamentos de Deus na nossa vida familiar ou social. Não podemos ser filhos da Igreja e ser dentro dela testemunho negativo ou até contribuir para que seja denegrida a sua imagem”, concluiu o Reitor.

LeopolDina Simões, Sala de Imprensa

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