Celebração é o momento mais importante da visita de Bento XVI a Barcelona
A cidade e a Diocese de Barcelona vivem este Domingo um dia especial com a dedicação da igreja da Sagrada Família, de Antoni Gaudí, celebração que segue uma prática muito antiga nos ritos litúrgicos, tanto do Oriente como do Ocidente.
O rito da dedicação começa com a entrada na igreja, em procissão, depois de o Papa ter pedido que a porta fosse aberta.
Habitualmente reservado ao bispo da diocese, o rito é presidido pelo Papa, em Barcelona, tendo em conta o significado universal do edifício.
O actual arquitecto principal, Jordi Bonet Armengol, oferece uma breve explicação sobre a construção da igreja e o Papa entrega a chave da porta principal do templo ao sacerdote responsável pela mesma, padre Lluis Bonet.
Segue-se a aspersão, com água benta: o presidente da celebração benze a água e com ela asperge os participantes na celebração e o ambão. Seis ministros aspergem as paredes da igreja.
Depois da homilia e das ladainhas, tem lugar propriamente o rito da dedicação, que simboliza a intenção de consagrar a igreja a Deus.
Após a oração da Dedicação, pronunciada pelo Papa em latim, decorrem os ritos da unção, da incensação, do revestimento e da iluminação do altar e das paredes da igreja.
A unção é feita com o chamado óleo do santo crisma, para significar que a igreja é dedicada totalmente e para sempre ao culto cristão.
O óleo, no altar, é espalhado com as mãos pelo próprio Bento XVI, num gesto destinado a mostrar que o altar se torna, com a dedicação, símbolo de Cristo.
As paredes da igreja são ungidas pelo cardeal de Barcelona, D. Lluís Martínez Sistach; pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, e outros dez bispos, assinalando as doze cruzes distribuídas pela nave, como símbolo dos doze Apóstolos.
Em seguida, Bento XVI incensa o altar e seis diáconos fazem o mesmo na nave e muros da igreja, indica que a mesma, por meio da dedicação, se torna casa de oração.
Um grupo de religiosas procede ao revestimento do altar, gesto que pretende indicar que o mesmo é a mesa do Senhor.
Doze seminaristas ajudam, a seguir, na iluminação plena da igreja, para recordar que Cristo é “Luz para se revelar às nações”.
Preparado o altar, celebra-se a liturgia eucarística, que é a parte principal e a mais antiga de todo o rito.
Depois da distribuição da comunhão, o cardeal de Barcelona lê a Bula de promulgação da igreja da Sagrada Família como basílica.
O Papa e os cardeais seguem então para uma fachada lateral, a do Nascimento, enquanto se canta o “Rosa d’abril”, hino do Santuário de Nossa Senhora de Montserrat, padroeira da Catalunha.
A celebração conclui-se com a recitação do Angelus e o Papa volta ao interior da basílica.