Presidente da Conferência Episcopal encerra congresso internacional sobre Ordens e Congregações Religiosas
A Igreja “é um pátio” e nesse espaço aberto está “em contacto e diálogo com todos”, disse à Agência ECCLESIA D. Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), após a sessão de encerramento do congresso internacional sobre Ordens e Congregações Religiosas em Portugal.
O mundo das ciências e da cultura são permanentemente «pátios abertos» ao diálogo “entre a fé e a razão na procura progressiva da verdade do Homem, de Deus e do mundo”.
No entanto, para D. Jorge Ortiga, estes «pátios» “não são confiados só aos religiosos. Hoje, os leigos são chamados a direccionarem o seu compromisso de cristãos para estes ambientes” – recordou
O contexto social da contemporaneidade “onde reina a indiferença e relativismo, é difícil o”, sublinhou.
A Igreja Católica “alicerça-se na procura da verdade”, mas “comunga com os outros as expectativas das esperanças”. Todavia, diz o arcebispo de Braga, o mundo “não pode atemorizar o discípulo de Cristo”.
Outrora, as congregações e ordens – “não apenas as contemplativas” – tinham “poucos momentos de contacto a vida real das pessoas”, afirmou o presidente da CEP. Fora do âmbito necessário “nem sempre se «sujava os sapatos» (como afirmam os minhotos) percorrendo a terra de quem luta e de quem sofre”.
Actualmente, a Igreja está mais próximo das populações. “Temos testemunhos eloquentes” de pessoas que ajudam os outros.
Na sua conferência, D. Jorge Ortiga sublinha que “não é possível pensar a história portuguesa sem o contributo das ordens religiosas na construção da nossa identidade cultural”.
Ao longo de quatro dias (2 a 5 de Novembro), na Fundação Calouste Gulbenkian, várias centenas de participantes ouviram reflexões sobre a história e as vivências das congregações e ordens religiosas.
Para além do apostolado realizado, que “deixou raízes em muitas gerações e por todo o país, temos ainda a recordá-los a arte das suas igrejas, a riqueza das suas bibliotecas, a tradição da sua cultura e zelo, a sua acção transformadora junto das populações rurais” – recordou o arcebispo de Braga.
Actualmente, os religiosos e religiosas estão “activos no campo da cultura, educação, comunicação social, saúde, no cuidado dos mais pobres, na entrega abnegada a crianças e adolescentes, na dedicação, sem limites, aos idosos das instituições, na entrega diária a doentes do foro psíquico, no acolhimento privilegiado aos jovens de todas as condições, na assistência e promoção das famílias mais vulneráveis e fragilizadas”, frisou na sua conferência.