I Jornada Nacional, em Santarém, centra atenção sobre património «invisível»
A Igreja Católica em Portugal promove esta Terça-feira, 7 de Dezembro, a I jornada nacional sobre os arquivos diocesanos, um património “invisível” que nem sempre tem sido tratado da melhor forma.
Sandra Costa Saldanha, directora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja (SNBCI), revela à Agência ECCLESIA que no decorrer dos trabalhos vai ser lançado um “projecto de diagnóstico”.
“Não podemos fazer nada sem auscultar primeiro e sem conhecer a realidade”, sublinha.
A apresentação está a cargo de Pedro Penteado, representante da Conferência Episcopal Portuguesa na área dos arquivos do Conselho Nacional de Cultura.
Depois de, em 2009, o SNBCI ter dedicado um Conselho Nacional à área dos arquivos, esta jornada pretende ser mais um passo para enfrentar um “um grande problema”.
“Esta área e a do livro são uma espécie de património invisível”, assinala Sandra Costa Saldanha, lamentando que “as preocupações, de um modo geral”, não se tenham direccionado para essas áreas.
“É um património que está em risco e necessita de ser intervencionado. Precisa de um intervenção executiva e concreta”, alerta.
Ricardo Aniceto, do Centro Cultural do Patriarcado de Lisboa (serviço de Arquivo Histórico e Biblioteca), refere que “as condições para a implementação dos arquivos da Igreja passam pela tomada de consciência da importância do património documental existente e do que se cria diariamente, assumindo a responsabilidade pela sua gestão e conservação”.
Em texto escrito para a última edição do semanário Agência ECCLESIA, este especialista reforça a “importância do património histórico-cultural da Igreja enquanto repositório das fontes do desenvolvimento das comunidades cristãs” e a “importância e necessidade da sua comunicação enquanto memória da evangelização e instrumento de pastoral”.
A I Jornada Nacional dos Arquivos Diocesanos decorre hoje em Santarém, subordinada ao tema “Estratégias e práticas na gestão da informação”.
A iniciativa visa aprofundar o conhecimento acerca daqueles registos históricos, dando a conhecer os projectos das instituições que trabalham para a sua preservação.
Avaliar que contributos podem ser retirados, da experiência com os arquivos diocesanos, para a preservação dos arquivos da Igreja Católica em Portugal e debater o futuro dos arquivos diocesanos, na era digital, são alguns dos caminhos que o SNBCI pretende percorrer.