D. Teodoro de Faria contra os corsos carnavalescos que exibem a mulher como instrumento de prazer e erotismo Na sua mensagem de quarta-feira de Cinzas, celebrada ontem na Catedral do Funchal, D. Teodoro de Faria teceu elogios ao Carnaval cristão feito pelas crianças, jovens cristãos e idosos e verberou os corsos carnavalescos que exibem a mulher como instrumento de prazer e erotismo, com consequências graves para sociedade. Defendeu a origem cristã do Carnaval, “que foi criado pela tradição cristã para separar o tempo da alegria simples do período da penitência e conversão”. E neste sentido, “é possível um Carnaval com Cristo, como fazem as crianças, os jovens cristãos e os idosos”, afirmou o bispo. Quanto aos corsos carnavalescos, diz que “geralmente predominam cenas chocantes que humilham, despem e apresentam a mulher como símbolo de prazer e erotismo”. Para o bispo do Funchal, as consequências estão à vista na sociedade moderna: “Depois lamenta-se o número crescente de mães solteiras, de menores com filhos nos braços, o aumento da sida e as violações até das pessoas idosas, como tem acontecido nesta diocese”. Sendo o tempo quaresmal de preparação para a Páscoa, tempo de conversão e reconciliação com Deus, D. Teodoro propõe um programa especial de renúncia, que vai da abstenção “da ira, maledicência, calúnia, inveja e dominar os nossos instintos e paixões”. A este propósito, recorda o que dizia o Papa São Leão Magno: “que não serve jejuar na Quaresma se o coração não se afasta da injustiça e a língua não se abstém da calúnia”. Além disso, também enuncia uma lista de renúncia material: a Igreja deixa à nossa iniciativa a escolha das formas da renúncia ou jejum e prefere falar-nos da privação voluntária, segundo as nossas possibilidades, a medida do nosso amor e a imaginação do nosso coração. “Esta renúncia pode ir da privação dos doces e do tabaco, passando pelo uísque e outras despesas desnecessárias, com a possibilidade de entregar para as intenções acima referidas, o fruto das nossas privações”.
