Ecologia ambiental necessita de uma ecologia mental

Defende António Merino, professor da Universidade Antoniana de Roma, no Congresso Internacional sobre «Ordens e Congregações Religiosas em Portugal»

A defesa do meio ambiente é o “principal problema da humanidade” e “a ecologia ambiental necessita de uma ecologia mental” – defendeu esta tarde (2 de Novembro) J. António Merino, professor da Universidade Antoniana de Roma, no Congresso Internacional sobre «Ordens e Congregações Religiosas em Portugal».

A decorrer em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, até ao dia 5 deste mês, o Congresso assinala o I Centenário da Expulsão das Ordens e Congregações durante a I República.

Na sua conferência sobre «Franciscanismo e Ecologia», o professor daquela universidade romana sublinha que a edificação de um futuro sustentável depende da “reconstrução de uma economia global, de mudanças fundamentais na exploração de recursos naturais, bem como no estilo de vida”.

Num painel sobre «Ordens/congregações: ideários e espiritualidade», J. António Merino realça que a ecologia interpela a religião, mas o franciscanismo “não nos propõe soluções técnicas, para isso existem os técnicos. Também não nos apresenta soluções políticas, pois para isso existem os políticos responsáveis”. E acrescenta: “propõe, antes, algo mais primário e fundamental como é a criação de uma nova consciência de responsabilidade, solidariedade e de protecção”.

O franciscanismo pode ser “o fermento de uma revolução pacífica das consciências e dos comportamentos para sanar o meio ambiente e poder chegar à grande fraternidade cósmica” – completou o professor da Universidade Antoniana de Roma.

No mesmo painel Geraldo Coelho Dias proferiu a conferência «Beneditinos: procurar a Deus e a utilidade do serviço fraterno». Na sua prelecção, o beneditino e professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto afirmou que a Regra de S. Bento – ao longo dos tempos – “não se preocupa em propor objectivos de actividade prática”, mas procurar a Deus como um fim.

Sendo a Ordem religiosa mais antiga da Cristandade Ocidental, uma das singularidades da Regra de S. Bento (monge italiano de Núrsia nascido nos finais do século V) é a “diversidade de interpretações que lhe tem sido dada ao longo da diacronia da história”. Para Geraldo Coelho Dias, o fundador desta Ordem “era um legislador atento e precavido”, no entanto, “a espiritualidade é, indiscutivelmente, a nota marcante da vida religiosa, e por isso mesmo, da vida beneditina”.

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Agência ECCLESIA

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