O Convite do Papa para esta Quaresma Reduzir ao essencial a bagagem no caminho da vida. É com um convite à austeridade que João Paulo II inicia a Quaresma: foi essa mensagem que dirigiu na homilia da Eucaristia de Quarta-feira de Cinzas. O Santo Padre presidiu o rito da imposição das cinzas, na Basílica de São Pedro no Vaticano que, como afirmou, “sublinha a consciência do homem pecador” e “a disponibilidade para acolher e traduzir em opções concretas a adesão ao Evangelho”. O Cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado, fez o sinal da cruz com os dedos impregnados de cinza na cabeça do Papa, recordando-lhe a antiga fórmula “Lembra-te de que és pó e ao pó hás-de voltar”. O bispo de Roma fez, depois, o mesmo ao Cardeal Sodano, a cerca de doze cardeais, numerosos bispos, sacerdotes, fiéis e crianças; em particular, ao seu secretário pessoal, o arcebispo Stanislaw Dziwisz, e ao seu médico, o doutor Renato Buzzonetti. Na homilia dirigida aos mais de seis mil peregrinos procedentes de todos os continentes, o Papa definiu a Quaresma –os quarenta dias de preparação para a Páscoa– como “um ‘momento forte’ de aprendizagem espiritual e de generoso serviço aos irmãos”. ”Isto comporta necessariamente sacrifícios e renúncias”. “É necessário, de fato, reduzir ao essencial a bagagem para não fazer pesada a viagem”, alertou João Paulo II. Por motivos de saúde, João Paulo II presidiu pela primeira vez o rito da imposição das cinzas na Basílica do Vaticano. Nos anos anteriores, fazia-o na Basílica de Santa Sabina, no monte Aventino de Roma. A partir do próximo domingo, João Paulo II participará da tradicional semana anual de exercícios espirituais, na qual suspenderá suas audiências públicas.
