Movimentos católicos lamentam «angústias e incertezas» dos trabalhadores

Emagrecimento do Estado, desemprego e precariedade nas preocupações da JOC e da LOC/MTC

Dois movimentos católicos operários portugueses manifestaram a sua preocupação perante as “angústias e incertezas” provocadas na vida dos trabalhadores pelo trabalho precário e o desemprego.

As equipas executivas da JOC – Juventude Operária Católica e da LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos condenam a actual “situação económica e social e as políticas neoliberais que visam o emagrecimento do Estado através dos cortes nas despesas sociais”.

Em comunicado conjunto, enviado à Agência ECCLESIA, os dois movimentos falam num “acentuar escandaloso das desigualdades, que tem provocado um aumento da pobreza e da exclusão social”.

Sublinha-se ainda “a baixa produtividade, a corrupção e a economia paralela” como factores que agravam ainda mais a situação.

Para os membros destes movimentos, o “Estado social” e os seus apoios são “uma solução imediata para muitos homens e mulheres que, ao fim de muitos anos de trabalho produtivo e criador de riqueza se viram sem trabalho”.

“Para milhares de trabalhadores e de outros cidadãos mais pobres, são o subsídio de desemprego ou o precário rendimento de inserção social que lhes permite continuar a sobreviver nesta sociedade”, prossegue o documento.

JOC e LOC/MTC consideram “inadmissível que sejam os bancos e o poder económico a impor as regras dos financiamentos das dívidas públicas e privadas com as incertezas e as especulações que continuamos a assistir”.

“As principais vítimas destes usurpadores de riqueza não produtiva e insustentável, são os países que enfrentam actualmente dificuldades financeiras, com défices orçamentais e dívida pública, mas os mais sacrificados são os trabalhadores e as populações mais pobres”, pode ler-se.

O comunicado conjunto apela, neste sentido, a “uma União Europeia forte”, a uma “regulamentação e vigilância sobre os capitais e as offshore”, bem como à revisão de “altos salários e as reformas dos cargos públicos e privados”.

Os dois movimentos católicos falam também na importância de rever “níveis de consumo”, reprovando medidas recentes que incentivam a abertura dos estabelecimentos comerciais ao Domingo.

Aos cristãos são deixados apelos em favor de uma “sociedade mais humanizada” e de participação nas “estruturas sindicais, sociais e eclesiais, no sentido de fazer destes, espaços de denúncia e busca de propostas de acção que levem a uma transformação fazendo renascer a esperança dos trabalhadores”.

O Eurostat informou esta Sexta-feira que a taxa de desemprego em Portugal se manteve em Setembro nos 10,6% e que reviu em baixa o valor de Agosto de 10,7 para 10,6%.

Em Setembro do ano passado a taxa de desemprego em Portugal era de 10,2%, o que representa uma subida homóloga de 0,4 pontos percentuais.

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Agência ECCLESIA

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