Cinema: Prémio SIGNIS para «Zen and War» em festival italiano

Júri Associação Internacional Católica para a Comunicação incluiu representante português

O júri SIGNIS (Associação Internacional Católica para a Comunicação) no festival de cinema “Religion Today” atribuiu o seu prémio ao documentário «Zen and War» (Zen e a Guerra), de Alexander Oey (Holanda).

Dulce Araújo Évora (Cabo Verde), Andrea Sponchiado (Itália) e Margarida Ataíde (Portugal) destacam “a clareza narrativa e técnica” com que o filme “descreve as atrocidades do conflito que opôs o Japão à China no início do séc. XX”.

O filme é uma revisitação desta guerra, com a participação forçada dos monges budistas.

“O modo como os sãos princípios do Zen foram subjugados aos objectivos da guerra contém uma chamada de atenção para o perigo de, perante causas nacionalistas e crendo defender a sua cultura, um povo poder tornar-se cego em relação aos princípios religiosos em que acredita”, assinala a declaração oficial do júri.

O prémio “destaca sobretudo o caminho percorrido pelos diversos intervenientes, desde então ate hoje, como uma viagem com destino à reconciliação”.

A 13.ª edição do festival de cinema “Religion Today” decorreu de 8 a 21 de Outubro, em Trento, Itália, dedicada ao tema “Viagens de Fé. Viagens de Esperança”.

O júri SIGNIS também uma menção especial ao filme “Halakeh”, dirigido por Avigail Sperber (Israel) a partir do argumento escrito por um rabino ortodoxo, “pelo modo como colhe o contraste entre uma visão fundamentalista da religião e uma visão equilibrada da vivencia da fé”.

Destaca, ainda, “a intensa interpretação dos actores, especialmente a da criança”.

O filme reflecte duas vias do judaísmo nos dias de hoje, através da história de uma família mononuclear a caminho do Monte Meron e do Halakeh, rito tradicional que celebra o primeiro corte de cabelo da criança judia.

Para Margarida Ataíde, o festival italiano permitiu celebrar “o cinema como expressão e veículo de Fé de Esperança.

“Russos, ortodoxos, judeus, católicos, agnósticos, muçulmanos e ateus propuseram-se sem medos nem preconceitos partilhar princípios, realidades, ideias e ideais”, assinala, “comungando de uma mesma certeza, a de que a dimensão espiritual e transcendente do ser humano não é abdicável, mesmo quando não se escolhe um Deus ou religião”.

“Realizadores, produtores, jornalistas e académicos partilharam os seus filmes, projectos, estudos e investigações saindo, cada um, inequivocamente mais rico e comprometido como promotor da paz em seu redor”, conclui a colaboradora da Agência ECCLESIA.

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