Papa diz que a responsabilidade pública da Igreja vai para além das «actividades educativas e caritativas»
Bento XVI garante que a Igreja vai trabalhar lado a lado com o governo da Coreia do Sul, para assegurar que, naquele país, “a justiça social e o cuidado pelo bem comum possam crescer lado a lado com a prosperidade material”.
Uma certeza deixada ao novo embaixador da Coreia do Sul para a Santa Sé, Han Hong-soon, durante a cerimónia de apresentação das Cartas Credenciais, no dia 20 de Outubro no Vaticano.
Sublinhando que “a Igreja tem uma responsabilidade pública que vai muito além das suas actividades educativas e caritativas”, o Papa falou no papel da Igreja enquanto “proclamadora da verdade do Evangelho”.
Algo que deve desafiar os seus responsáveis a “verem mais longe, para lá do mero pragmatismo ou de interesses partidários, que muitas vezes podem condicionar as decisões políticas, e a cumprirem com as suas obrigações, tendo em vista a dignidade da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus”.
Para Bento XVI, esta mudança requer “um compromisso decidido na defesa da vida humana, desde a concepção à morte natural, a promoção de uma vida familiar estável, de acordo com as regras da lei natural e a construir a paz e a justiça”.
Recordando o discurso efectuado pelo agora embaixador, no Congresso dos Leigos Católicos da Ásia, realizado em Setembro último em Seul, Bento XVI sublinhou a “importância” que tem o facto do governo sul-coreano ter “encetado relações diplomáticas com o Vaticano”, o que significa que “reconhece o papel profético que tem a Igreja”.
O Papa terminou o seu discurso diante do diplomata sul-coreano renovando os seus desejos por uma economia e uma política mais éticas, chamando sobretudo a atenção para a situação dos pobres, dos migrantes e refugiados.
A Coreia do Sul pode ser um dos próximos países visitados por Bento XVI, no próximo ano. Trata-se de uma possibilidade que foi abordada também no encontro de hoje.