Congresso internacional assinala papel das ordens e congregações religiosas na História de Portugal

O congresso internacional “Ordens e Congregações Religiosas em Portugal – Memória, Presença e Diásporas” realiza-se entre 2 e 5 de Novembro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

As Ordens Religiosas fazem parte da história religiosa, social, cultural e política de Portugal desde a sua génese. Pertencem a um processo global em que o caso português acompanhou, participou e se confundiu com a gestação da própria consciência cultural europeia.

Ao contrário do que seria de esperar, o relevantíssimo significado social, histórico e cultural das Ordens e Congregações religiosas na vida nacional não obteve ainda toda a atenção verdadeiramente empenhada da investigação científica e da comunidade reflexiva portuguesa, de modo a promover o estudo desse fenómeno histórico em toda a amplitude das suas coordenadas e implicações.

[[v,d,1569,Apresentação do Congresso Internacional por José Eduardo Franco]]Diversos factores concorreram para esta situação, a que não são alheios os contextos particularmente atribulados que marcaram as relações entre Estado e Igreja ao longo de todo o século XIX e após a implantação do regime republicano, em 1910.

A extinção das casas religiosas e a dispersão dos respectivos acervos artísticos, bibliográficos e arquivísticos, a par da nacionalização do seu património móvel e imóvel, dificultaram um trabalho historiográfico que se confrontou com uma mole enorme de documentação, muitas vezes dispersa e desordenada, sem qualquer inventário ou tratamento adequado.

Os olhares sobre a história, a presença e o papel das Ordens e Congregações religiosas acabou também por se deixar aprisionar por visões pré-concebidas, sempre limitadas e limitadoras, ajudando a perpetuar uma historiografia muito frágil, em larga medida fundada nas visões da cronística moderna e sem grande suporte documental.

A realização de um congresso sobre Ordens e Congregações religiosas em Portugal, no enquadramento temporal das celebrações do primeiro centenário da República, visa constituir um contributo para a alteração deste panorama ainda muito insuficiente em termos dos estudos sobre a história e os contornos da presença destas instituições na sociedade portuguesa.

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