Renovar perspectiva da morte é desafio do Secretariado da Pastoral Cultural no Porto

Teatro, música, poesia, conferências são algumas iniciativas propostas para o mês de Novembro na Missão 2010

O Secretariado Diocesano da Pastoral da Cultura do Porto (SDPCP) é o responsável pela dinamização do mês de Novembro, dentro da iniciativa Missão 2010 que percorre ao longo deste ano em toda a diocese. O tema a conduzir o mês é a «Esperança».

O mês de Novembro, marcado na tradição cristã pelo tema da morte, termina com a entrada no tempo litúrgico do Avdento. É intenção do SDPCP não centrar as actividades no problema da morte mas antes na esperança cristã.

No final do mês de Outubro, o secretariado, aproveitando as solenidades de Todos os Santos e a Comemoração dos Fiéis Defuntos (a 1 e 2 de Novembro, respectivamente), vai distribuir nos cemitérios da diocese do Porto, folhetos informativos com o tema «Morreste-me».

A distribuição dos folhetos nos cemitérios permite “contactar com toda a comunidade, crente e não crente”, explica à Agência ECCLESIA Joaquim Azevedo, director do SDPCP, afirmando a intenção de as actividades não se fecharem num grupo restrito.

O folheto é um objecto de comunicação com o grande público “para ser lido por qualquer cidadão” e tem como objectivo mostrar que “os cristãos têm uma palavra diferente sobre a morte”.

Com o título «Morreste-me», este folheto informativo quer  “partir da morte de um ente querido, para proporcionar reflexão sobre a ocultação desta realidade na sociedade. A morte é um elemento importante da vida, é o culminar da vida terrena e os cristãos têm uma boa nova a dar”, explica o director do Secretariado, acrescentando estarmos perante um terreno de evangelização.

A possibilidade de o folheto ser distribuído em órgãos de comunicação social no último fim-de-semana de Outubro, 30 e 31, está a ser equacionada, avança Joaquim Azevedo.

O SDPCP vai ainda editar uma brochura de reflexão que “deverá ser trabalhada pelas paróquias e em grupos. São textos de teólogos que colocam questões que precisam de reflexão”.

A utilização das ferramentas a editar não se restringe ao mês de Novembro. “Os dispositivos que criamos são para permanecer”, adverte o director. As edições vão também estar disponíveis para outras dioceses.

“A questão da morte é permanente. Por isso, não queremos restringir esta reflexão e actividades apenas a este ano, mas disponibilizar as ferramentas permanentemente, até por exemplo, no trabalho pastoral realizado nas paróquias com famílias quando perdem alguém”, explica Joaquim Azevedo.

Outras actividades estão ainda previstas, apostando sempre numa “grande abertura ao mundo cultural da cidade e da diocese”, explica Joaquim Azevedo, “fazendo pontes permanentes, enfrentado as questões e os temas”.

Para o mês de Novembro, o secretariado propõe a realização de conferências e concertos vocais e instrumentais. A disponibilidade de conferencistas e músicos foi assegurada mas a realização das propostas dependerá de cada paróquia.

O teatro é outra forma de arte que o SDPCP vai propor, incentivando iniciativas teatrais que paróquias e freguesias desenvolvem isoladamente.

“Desafiámos os grupos a levar à cena peças sobre «A Espera»”, pedindo a autores portugueses que escrevessem textos inéditos sobre o tema.

O SDPCP recebeu cinco propostas e Jorge Castro Guedes encenou quatro textos, da autoria de D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa, Jorge Castro Guedes, encenador, Pe. Tolentino Mendonça, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura e José Manuel Teixeira da Silva.

As peças foram gravadas e enviadas em DVD para as paróquias que terão a opção de as levar à cena assim como um auto de Natal, da autoria de D. Manuel Clemente, também oferecido como alternativa, estabelecendo uma ligação com o tempo do Advento.

Para o dia 15 de Novembro está marcado o seminário «A pergunta na hora de partir – a morte na poesia portuguesa no Séc. XX», revisitando autores como Ruy Belo, Daniel Faria, Teixeira de Pascoaes e António Nobre, a decorrer na Universidade Católica do Porto.

Esse dia encerra com a interpretação teatral do texto de José Manuel Teixeira da Silva e com a execução da peça «Quarteto para o Fim dos Tempos», de Olivier Messiaen.

Paralelamente, o SDPCP vai desenvolver um novo ciclo de conferências Ecce Homo, a realizar na Associação Católica, em parceria com a Universidade Católica do Porto. Este ciclo, com início a 20 de Outubro, é designado por «Esperança: Mortes cheias de vida!»

As conferências decorrem sempre em “triangulação com a Associação Católica, a Universidade Católica e outros espaços culturais da cidade, sejam católicos ou de iniciativa de qualquer outro cidadão”, mantendo a preocupação de “dialogar com a cultura da diocese e da cidade”.

Joaquim Azevedo adianta que estão já agendados novos ciclos para 2011 – um dedicado  ao envelhecimento e outro à juventude, a decorrer entre Fevereiro e Maio.

As conferências já realizadas inseridas no ciclo Ecce Homo vão ser editadas em livro.

O início da Missão 2010, em Janeiro, acompanhou o arranque das actividades do SDPCP, que podem ser acompanhadas aqui

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