Papa alerta para terrorismo e «falsas divindades»

Trabalhos do Sínodo dos Bispos iniciam-se com apelos a superar a violência no Médio Oriente

Bento XVI alertou esta Segunda-feira, 11 de Outubro, para o “poder das ideologias terroristas”, pedindo aos cristãos que lutem contra as “falsas divindades”.

“É aparentemente em nome de Deus que são cometidas essas violências. Mas não é Deus, são falsas divindades que devem ser desmascaradas”, afirmou.

O Papa falava na primeira sessão de trabalhos do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, que reúne 185 participantes, no Vaticano, até ao próximo dia 24.

Numa intervenção espontânea, Bento XVI apontou ainda o dedo aos “capitais anónimos”, que acusou de “escravizar” as pessoas num modo de vida imoral”, à dorga,  “que como uma besta voraz conquista com as suas garras a terra inteira e destrói” e ao “modo de vida propagado pela opinião pública actual”, no qual “o casamento já não conta” e “a castidade já não é uma virtude”.

Traçando um paralelo com os primeiros tempos do Cristianismo, quando o “sangue dos mártires” enfrentou os imperadores romanos, o Papa assegurou que “a dor do grito da Mãe Igreja transforma o mundo”.

“Estamos numa luta contra estas falsidades que destroem o mundo”, concluiu.

Depois da Missa de abertura, celebrada Domingo de manhã na Basílica de São Pedro, a primeira congregação geral do Sínodo iniciou-se hoje, com uma intervenção do Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, um dos quatro presidentes delegados.

A 24ª assembleia do Sínodo dos Bispos, primeira para esta região, tem como tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho. «A multidão dos crentes tinha um só coração e uma só alma»”.

Trata-se de uma região de 7,18 milhões de quilómetros quadrados, com mais de 356 milhões de pessoas e 5,7 milhões de católicos (1,6% da população total) em 20 milhões de cristãos.

Ao longo de duas semanas, os participantes reúnem-se com o Papa para debater a situação da Igreja na região que viu nascer o Cristianismo, mas onde este corre hoje o risco de desaparecer, por causa da violência, terrorismo, migração forçada e discriminação.

O Sínodo pode ser definido, genericamente, como uma assembleia consultiva de bispos que representam o episcopado católico, convocados para ajudar o Papa no governo da Igreja, dando o seu próprio conselho.

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