Médio Oriente: Religiões e comunidade internacional devem unir esforços

Bento XVI inicia Sínodo dos Bispos da região com apelos à paz e à justiça

Bento XVI pediu este Domingo, 10 de Outubro, um esforço comum das religiões e da comunidade internacional em favor da paz no Médio Oriente, recusando “qualquer expressão de violência”.

“Todos são chamados a dar o seu próprio contributo: a comunidade internacional, apoiando um caminho fiável, leal e construtivo em direcção à paz; as religiões mais presentes na região, promovendo os valores espirituais e culturais que unem os homens e excluem qualquer expressão de violência”, disse o Papa.

Bento XVI falava na homilia da Missa a que presidiu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, por ocasião do início da assemebleia especial do Sínodo para o Médio Oriente, que vai reunir 185 participantes de 10 a 24 de Outubro.

“Viver dignamente na sua própria pátria é um direito fundamental”, sublinhou, numa alusão à situação dos católicos da Terra Santa e dos palestinianos em geral.

Lembrando “a delicada e muitas vezes dramática situação social e política de alguns países”, o Papa defendeu a necessidade de “favorecer as condições de paz e de justiça, indispensáveis para um desenvolvimento harmoniosos de todos os habitantes da região”.

A unidade das Igrejas católicas árabes também esteve no centro da intervenção papal, com Bento XVI a desejar uma maior “comunhão da Igreja Católica no Médio Oriente”.

“É a terra de Abraão, de Isaac e de Jacob; a terra do Êxodo e do regresso do exílio; a terra do Templo e dos Profetas; a terra em que o Filho Unigénito nasceu de Maria, ali viveu morreu e ressuscitou; é o berço da Igreja, constituída para levar o Evangelho de Cristo até aos confins do mundo”, definiu.

O Papa lembrou as suas passagens pela Turquia, Jordânia, Israel, Palestina e Chipre, onde quis “conhecer de perto as alegrias e as preocupações das comunidades cristãs”.

“Embora não podendo ignorar a delicada e por vezes dramática situação social e política de alguns países, os pastores das Igrejas no Médio Oriente desejam concentrar-se sobre os aspectos próprios da sua missão”, precisou.

Bento XVI destacou a importância de promover a unidade “no interior de cada Igreja, entre todos os seus membros” e nas relações com as outras Igrejas.

“Não obstante as dificuldades, os cristãos da Terra Santa são chamados a reavivar a consciência de serem pedras vivas da Igreja no Médio Oriente, junto dos Lugares santos da nossa salvação”, declarou.

A 24ª assembleia do Sínodo dos Bispos, primeira para esta região, tem como tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho. «A multidão dos crentes tinha um só coração e uma só alma»”.

Ao longo de duas semanas, os participantes reúnem-se com o Papa para debater a situação da Igreja na região que viu nascer o Cristianismo, mas onde este corre hoje o risco de desaparecer, por causa da violência, terrorismo, migração forçada e discriminação.

O Sínodo pode ser definido, genericamente, como uma assembleia consultiva de bispos que representam o episcopado católico, convocados para ajudar o Papa no governo da Igreja, dando o seu próprio conselho.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top