Sínodo para o Médio Oriente: o anúncio do Papa

Comunhão e testemunho entre e dentro das Igrejas são as chaves escolhidas por Bento XVI

O Papa anunciou a 19 de Setembro de 2009 a convocação da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, que se realiza de 10 a 24 de Outubro.

O encontro reflectirá sobre o tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho”.

A novidade foi comunicada durante uma audiência que Bento XVI concedeu em Castel Gandolfo a sete patriarcas católicos. O encontro contou também com a presença dos arcebispos maiores das Igrejas Orientais.

“O horizonte ecuménico está muitas vezes ligado ao inter-religioso. Nestes dois âmbitos é toda a Igreja que tem necessidade da experiência de convivência que as vossas Igrejas maturaram desde o primeiro milénio cristão”, declarou o Papa.

O anúncio aconteceu após a peregrinação de Bento XVI à Terra Santa (8 a 15 de Maio de 2009), que se pode somar à sua viagem á Turquia, em finais de 2006, como momentos fundamentais da relação com as Igrejas do Oriente.

O primeiro documento orientador do Sínodo, publicado logo em Dezembro de 2009, afirma que “o objectivo da assembleia especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos é duplo: confirmar e fortalecer os cristãos na sua identidade mediante a Palavra de Deus e os Sacramentos, e reavivar a comunhão eclesial entre as Igrejas católicas”.

“É necessário reforçar a comunhão a todos os níveis: no interior de cada uma das Igrejas católicas do Oriente, entre todas as Igrejas católicas e com as outras Igrejas cristãs”, pode ler-se.

O Sínodo vai também analisar a situação religiosa e social, para dar aos cristãos “uma visão clara do sentido da sua presença nas suas sociedades muçulmanas (árabe, israelita, turca ou iraniana), do seu papel e da sua missão em cada país”.

Já em Junho deste ano, no Chipre, durante a cerimónia de entrega do Instrumento de Trabalho para o Sínodo, o Papa afirmou que a assembleia especial “procurará aprofundar os vínculos de comunhão” entre e dentro das várias Igrejas.

Para Bento XVI, esta reunião magna “constitui uma ocasião para os cristãos do resto do mundo”, chamados a “oferecer apoio espiritual e solidariedade aos seus irmãos e irmãs do Médio Oriente”.

O Sínodo pode ser definido, em geral, como uma assembleia dos bispos que representam o episcopado católico e que têm o dever de ajudar o Papa no governo da Igreja universal, dando o próprio conselho.

Literalmente a palavra “sínodo”, derivada de duas palavras gregas, «syn» que significa “juntos” e «odos» que quer dizer “estrada” ou “caminho”, significando “caminhar juntos”.

Desde 1967, o Sínodo dos Bispos teve 12 assembleias gerais ordinárias e duas extraordinárias (1969 e 1985), a que se somam outras nove assembleias especiais: duas para a Europa e outras duas para a África; uma para a Ásia, América e Oceânia; uma para os Países Baixos e outra para o Líbano.

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