Memória do Beato John Henry Newman celebrada pela primeira vez

Cardeal inglês foi beatificado por Bento XVI a 19 de Setembro

A Igreja Católica celebra hoje, 9 de Outubro, pela primeira vez, a memória litúrgica do Cardeal John Henry Newman, beatificado por Bento XVI a 19 de Setembro, em Birmingham (Reino Unido).

A data assinala a conversão do anglicanismo ao catolicismo, em 1845, de uma das maiores figuras eclesiais no século XIX.

Forte influência na vida e pensamento de Joseph Ratzinger, Newman é reconhecido como um notável escritor, pregador e teólogo, que James Joyce apelidava o “maior dos escritores ingleses em prosa”.

Nascido em Londres a 21 de Fevereiro de 1801 e falecido a 11 de Agosto de 1890, John Henry Newman converteu-se do anglicanismo ao catolicismo aos 44 anos.

Antes da sua conversão, foi uma das figuras principais do Movimento de Oxford, que procurava aproximar das suas raízes a Igreja Anglicana da Inglaterra, na qual era clérigo.

Após a sua conversão foi ordenado padre católico em Roma, no ano de 1847, e encorajado pelo Papa Pio IX regressou à Inglaterra, onde fundou o oratório de S. Filipe Neri.

Escritor prolífico, como recorda o Vaticano na sua biografia oficial, Newman abordou diversas matérias com destaque para a relação entre fé e razão, a natureza da consciência e o desenvolvimento da doutrina cristã, obras que lhe valeram grande reconhecimento do mundo católico e que influenciaram mesmo o Concílio Vaticano II, nos anos 60 do século XX.

Em 1879, com 78 anos de idade, foi criado Cardeal por Leão XIII, tendo morrido no ano de 1890, em Birmingham.

A 22 de Janeiro de 1991, o Cardeal Newman foi declarado venerável por João Paulo II, uma vez comprovada a heroicidade das suas virtudes.

Durante o processo de beatificação, os seus restos mortais foram transladados do pequeno cemitério de Rednall Hill, nos subúrbios de Birmingham, onde estava enterrado juntamente com Ambrose St. John, também convertido ao catolicismo, para o Oratório São Felipe Neri de Birmingham.

O Cardeal Newman foi uma figura muito popular no seu tempo: a sua conversão teve grande impacto na sociedade vitoriana e restaurou o prestígio da Igreja Católica na Inglaterra.

A sua autobiografia espiritual “Apologia pro vita sua” (1864) é vista por muitos como a maior obra do género desde as célebres “Confissões”, de Santo Agostinho.

Foi este o homem escolhido por Bento XVI para o momento mais importante da sua primeira visita de Estado ao Reino Unido, de 16 a 19 de Setembro de 2010, um Cardeal inglês que o actual Papa apresentou recentemente com “extraordinário exemplo de fidelidade à verdade”, mesmo “à custa de um considerável sacrifício pessoal”.

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