Segredo da catequese está no testemunho

Responsáveis católicos procuram novos métodos para um sector em mudança, admite D. Anacleto Oliveira

O vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã da Igreja Católica, o bispo D. Anacleto Oliveira, está convicto de que “a catequese é fundamentalmente um testemunho” de vida.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o prelado frisa que “o segredo” da transmissão da fé está na vivência dos valores e opções de vida anunciados às crianças e jovens.

O bispo de Viana do Castelo diz não ter dúvidas de que a maior desafio da catequese reside nos catequistas, que além de “pessoas de fé”, têm que ser “bem formados doutrinal e pedagogicamente”.

D. Anacleto Oliveira considera que os manuais do catequista têm tudo o que é preciso para proporcionar boas sessões, desde que os seus conteúdos sejam estudados e vividos, unindo a teoria à prática.

Os tradicionais 60 minutos de duração da catequese, que em tempo útil se reduziam frequentemente a metade desse tempo – fazendo com que, segundo o prelado, os encontros passassem “ao lado da vida das crianças” – estão a ser aumentados para hora e meia.

“Para uma verdadeira experiência de fé e de Igreja, que é aquilo que pretendemos com cada encontro de catequese, exigem-se pelo menos 90 minutos”, um prolongamento que tende a alargar-se gradualmente a partir do 3.º ano e que deve ser adaptado em função do número de crianças de cada grupo.

O responsável salienta igualmente que os encontros devem ter a capacidade de cativar os mais novos.

“As crianças e os jovens não vão à catequese apenas porque são pressionados pela família ou socialmente, mas na medida em que encontrem um ambiente que as atraia, conquistando-as para a mensagem cristã, e sobretudo para Jesus Cristo”, afirma.

A catequese não se esgota nos encontros semanais, insuficientes para que os conteúdos transmitidos se consolidem e transformem em opções de vida, pelo que a Igreja procura envolver os pais no processo de aprendizagem.

Os catecismos mais recentes, do 1.º ao 4.º ano, informam os pais dos conteúdos transmitidos e apresentam sugestões de actividades, a realizar em família, que complementam os conteúdos de cada sessão.

“A participação activa dos pais precisa de ser mais explorada, mas estão a fazer-se experiências muito interessantes e positivas nesse campo, com as quais nós próprios, os mais responsáveis pelo sector, ficamos surpreendidos”, reconhece D. Anacleto Oliveira.

Referindo-se à catequese de adultos, o responsável admite que não se estão a verificar avanços significativos: “É uma realidade que nos preocupa há muitos anos, mas infelizmente tem passado pouco dessa preocupação”.

“Há um grupo encarregado de estudar o assunto, delegado pela Comissão Episcopal da Educação Cristã. Está ainda numa fase incipiente, mas de concreto é o que temos”, reconhece o prelado, acrescentando que, paralelamente, estão a ser feitas experiências a nível paroquial e em movimentos eclesiais.

D. Anacleto Oliveira assinala ainda que “a revitalização das comunidades” é fundamental para o sucesso da catequese: “uma criança, jovem ou adulto que não tenha uma comunidade onde viva a sua fé, não tem futuro”.

Até Domingo, 10 de Outubro, decorrem em Fátima as Jornadas Nacionais de Catequistas, encerrando no dia em que termina a semana dedicada pela Igreja Católica à Educação Cristã.

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Agência ECCLESIA

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