Reacção da Igreja à República baseou-se na oração

O que parecia ser contrário às instituições eclesiais tornou-se positivo para elas, sublinha bispo do Porto

O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, considera que a resposta da Igreja às dificuldades colocadas na sequência da implantação da República definiu-se sobretudo através da ligação entre os fiéis e Deus.

“O que aconteceu nas congregações, dioceses e episcopado foi uma redefinição a partir da relação com Cristo”, disse o prelado na missa a que presidiu esta Sexta-feira, em Fátima, durante as Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais, dedicadas ao tema “República – Comunicação – Igreja”.

Para o historiador, esta dependência foi fundamental para as instituições eclesiais porque “os outros apoios desapareceram”, nomeadamente os que advinham da relação com o Estado.

“O que parecia ser contrário à Igreja acabou por se tornar positivo para ela”, realçou o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais,

D. Manuel Clemente chamou a atenção para a importância do distanciamento temporal na leitura dos acontecimentos, tendo frisado que a nova situação da Igreja consolidou-se “num processo muito longo”.

Diante de cerca de 50 pessoas presentes na eucaristia, o prelado recordou ainda as “dificuldades, discrepâncias e contradições” que se sucederam em todas as instâncias da sociedade depois de 5 de Outubro de 1910.

O segundo dia das Jornadas organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica prossegue esta manhã com o painel “República: Comunicação e Igreja”, no qual intervêm Emídio Rangel, Francisco Sarsfield Cabral e D. Manuel Clemente.

Às 12h15, o director da Agência Ecclesia, Paulo Rocha, e o director-adjunto do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica, António Matos Ferreira, apresentam uma edição especial do Semanário Ecclesia sobre o Centenário da República, seguindo-se o almoço de encerramento.

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