A barreira de segurança que o governo de Israel está a construir – cimento e arame farpado ao longo de 350 quilómetros -, com a justificação de deter a entrada de terroristas no seu próprio território, representa o fim da linha para muitos idosos, afastados irremediavelmente da sua família. O governo de Israel já concluiu a construção de uma parte de 145 km do muro, ms o plano de separação não corresponde às actuais fronteiras, o que acaba por isolar algumas aldeias palestinianas. Agnes Mazakis, 73 anos, costumava atravessar a rua desde o lar para idosos de Nossa Senhora das Dores, a fim de ir visitar as suas duas filhas, sempre que queria. “A cada delas ficou por detrás do muro e agora não posso ir lá”, lamenta-se esta católica, para quem a iniciativa representa uma punição tremenda. “Antes do muro podia ir sempre ver as minhas filhas e os meus netos, agora não, todos têm medo”, explica. A muralha de cimento cortou ao meio as aldeias de Abu Dis e Azzaria, onde esta família costumava juntar-se, dividindo a comunidade. Inscrições em inglês e em hebraico comparam a área murada a guetos Nazis. A Cáritas Jerusalém já advertira que “o muro em construção em torno de Belém vai isolar 700 famílias, a maioria das quais palestinas cristãs, além do Convento Emanuel” das Beneditinas”. Situações com as da senhora Mazakis não deixarão de se repetir.
