Todas as pessoas devem ter, como um direito consagrado, o acesso à água – uma ideia deixada dia 16 pelo arcebispo Silvano Maria Tomasi, observador permanente da Santa Sé para as Nações Unidas (ONU).
Durante a 15ª sessão do Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em Genebra, o prelado referiu, num comunicado, que hoje em dia “o pensamento predominante considera a água como uma mercadoria, cujo preço é determinado no princípio do lucro”.
Uma mentalidade que tem de mudar, de acordo com D. Tomasi, numa altura em que “900 milhões de pessoas, um pouco por todo o mundo, continua a ter de recorrer a fontes de água pouco fiáveis, seja para beber, cozinhar ou para outras necessidades básicas”.
Em termos de saneamento básico, o arcebispo adianta que “aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas não são servidas de forma adequada”.
Por causa deste factor, mais de 1,8 milhões de crianças em todo o mundo não chegam a atingir os cinco anos de idade, perdendo a vida devido a doenças como a cólera, a febre tifóide e disenteria.
“O abastecimento de água deve ser uma responsabilidade pública, porque é um bem público” sublinhou D. Silvano Tomasi, recordando aquela que também é uma das ideias difundidas pela Igreja: “Sem água, a vida está ameaçada. O direito à água potável é universal e inalienável”, concluiu.
Recorde-se que um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), iniciativa liderada pela ONU, é precisamente combater o número elevado de pessoas que continua sem um acesso sustentável a água potável e ao saneamento básico.
No próximo dia 20, começa em Nova Iorque uma cimeira de discussão sobre os aspectos que ainda faltam concretizar, até 2015, para que os ODM sejam cumpridos.